São Paulo – O Sindicato flagrou uma agência do Itaú da região central da capital funcionando sem vigilantes. Apesar de não conter numerário por ser uma unidade exclusiva para atendimento corporativo, sem caixas, o local foi fechado nesta sexta-feira 31 pelos dirigentes sindicais para garantir a integridade dos trabalhadores.
O dirigente sindical Antonio Alves, o Toninho, explica que o modelo corporativo da agência trata-se de um projeto piloto do Itaú que deve abrir cerca de 30 unidades assim em São Paulo, Osasco e região. Serão 200 em todo o país. “É inadmissível que uma instituição financeira do porte do Itaú não tome ações preventivas para garantir a tranquilidade de seus funcionários e clientes. A segurança deve ser garantida para preservar a vida dessas pessoas”, ressalta.
Medidas urgentes – O secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Carlos Damarindo, informa que já foi feito contato com o departamento de relações sindicais do Itaú e que, caso o banco não se comprometa a garantir vigilantes nas agências corporativas, a Polícia Federal será acionada. “A Lei 7.102, que trata sobre segurança privada, é clara sobre a obrigatoriedade de vigilantes em agências bancárias”, explica o dirigente sindical.
O flagrante da falta de segurança na agência do Itaú acontece na mesma semana em que representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) apresentaram os dados da Pesquisa Nacional de Mortes em Assaltos Envolvendo Bancos.
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Os dados apontam que, enquanto o número de mortes subiu, o investimento do setor para preveni-las, caiu. Nos últimos dois anos o crescimento nos homicídios envolvendo bancos subiu 32,7%. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 42,2 bilhões de janeiro a setembro de 2013. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,4 bilhões no período, o que representa 5,6%, em média, na comparação com os lucros.
O Sindicato cobra providências do Itaú. “Enquanto o banco não contratar um vigilante para garantir a integridade dos funcionários, não permitiremos que a agência abra”, conclui Toninho.
Gisele Coutinho – 31/1/2014
