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Blocos devem levar 2 milhões de foliões às ruas

Linha fina
Bloco dos Bancários é um dos 300 cadastrados pela prefeitura e sai no dia 12 de fevereiro. Participe!
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São Paulo – A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo estima que até 2 milhões de pessoas participem do carnaval de rua este ano. Foram cadastrados 300 blocos pedindo estrutura de apoio, como banheiros químicos, limpeza de ruas e assistência médica. A participação tem crescido ano a ano. Em 2014, foram 200 blocos e, em 2013, primeiro ano em que o apoio do município foi efetivado, houve 60. O secretário de Cultura em exercício, Guilherme Varella, concedeu entrevista coletiva na quinta 29 para prestar as informações. Foram gastos R$ 4 milhões no plano de apoio.

Dentre os 300 grupos, está o Bloco dos Bancários, que sai pelo sétimo ano seguido. A festa começa às 17h30 no dia 12 de fevereiro, quinta-feira, na Praça Antônio Prado, em frente à sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro). Este ano, o tema será Eu sou... e você? O que é? Seja o que você for, respeite o que o outro é! Um claro apelo à tolerância e ao respeito pelas diferenças, e contra preconceitos que têm vitimado negros, mulheres, nordestinos, a população GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais).

> Bloco dos bancários saúda diversidade

Para dar suporte a cada vez mais foliões que ficam e que vêm para a cidade no feriado, e também para diminuir os impactos da festa no cotidiano dos moradores de residências localizadas nas ruas por onde os blocos irão passar, a prefeitura afirma que montou um esquema superior ao dos anos anteriores. Ruas serão interditadas e o fluxo será modificado por 900 agentes. Estarão disponíveis nos locais dos desfiles 81 ambulâncias.

Foram contratadas 6 mil diárias de banheiros químicos e outras 172 de banheiros químicos para pessoas com deficiência, representando pelo menos o dobro do disponível em 2014. Para a limpeza de rua serão 2.400 funcionários.

O nosso carnaval é público, aberto e é um processo que tem surgido espontaneamente na cidade e tem hoje uma dimensão muito significativa. Tem aqueles que participam, tem aqueles que não participam. O nosso objetivo é garantir que estrutura para quem quer participar e criar as condições para quem não participa também possa ter o seu descanso e usufruir da cidade”, afirmou o vereador Nabil Bonduki, nomeado secretário municipal de Cultura.

Em bairros onde a concentração de foliões é maior, como Pinheiros e Vila Madalena, na zona oeste, onde também há resistência dos moradores à festa de rua, foram feitas reuniões com as associações de bairro para atender a demandas que mitiguem o impacto dos blocos nos bairros.

Uma delas é a dispersão dos blocos a partir das 22h. Guardas Civis serão responsáveis por dissolver os blocos nos bairros até a zero hora. Um baile no Largo da Batata, o Baile da Batata, organizado pela própria prefeitura, também cumprirá a função de dispersar o público da Vila Madalena e Pinheiros, locais com maior adensamento de festeiros.

Varella disse que o carnaval de rua em São Paulo tem potencial para se tornar um dos maiores do país, e que a prefeitura tem obrigação dar suporte à festa e fomentá-la. “Os moradores precisam se habituar a essa nova cultura. Estamos trabalhando muito para que a festa seja organizada e segura. Sabemos da importância econômica e cultural do carnaval de rua, e é uma ideia que está dentro dos propósitos desta administração, de reocupação do espaço público pelas pessoas.”

Este é o segundo ano consecutivo que o prefeito Fernando Haddad publica um decreto regulamentando o carnaval de rua. Um dos principais pontos é a proibição de festas privadas com cobrança de ingressos em locais públicos, como ocorre em Salvador, na Bahia.

A relação completa de blocos e desfiles será disponibilizada em guias impressos e pela internet, no site Carnaval de Rua.


Carol Scorce, especial para a Rede Brasil Atual, com edição da Redação - 30/1/2015

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