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Sacola de mercado só reciclável a partir do dia 5

Linha fina
Segundo decreto, descumprimento acarretará multa para o estabelecimento que fornecer e para o cidadão que usar sacolas comuns para descarte de lixo orgânico
Imagem Destaque

São Paulo – As sacolinhas plásticas distribuídas nos supermercados paulistanos devem sair de circulação até 5 de fevereiro, conforme o Decreto 55.827, publicado na quarta 7 no Diário Oficial do Município, que proíbe a distribuição gratuita ou a venda.

O prefeito Fernando Haddad (PT) apresentou o novo modelo padronizadode sacola sustentável (foto abaixo). Maior e mais resistente, passa a ser de uso exclusivo no descarte de lixos secos. A ideia é que as centrais de triagem da coleta seletiva de lixo não recebam mais sacolas impróprias para reutilização.

O lixo orgânico não poderá ser descartado no novo modelo, valendo o descarte nos sacos vendidos nos supermercados ou nas sacolas comuns distribuídas pelo comércio em geral.

O decreto, que regulamenta a Lei 15.374, prevê multa tanto para os supermercados que não adequarem a embalagem em até 30 dias como para o cidadão que descartar o lixo seco em sacolas comuns.

A população passará por um período de adaptação e orientação. Na nova sacolinha estarão descritas as instruções do uso correto (foto ao lado) da embalagem e descarte de lixo seco.

O prefeito afirmou que o modelo atende à demanda da cidade por menos lixo em aterros sanitários, já saturado. “Não temos espaço para mais aterros. É um modelo de descarte circular. Precisamos que a população entenda e cumpra a normativa”, disse Haddad.

Para o lixo orgânico, a Secretaria Municipal de Serviços estuda um modelo de sacola plástica, também padronizado e que atenda à lei, a ser distribuída pelo comércio. “Vamos estabelecer, em breve, um modelo de sacola que não agrida o meio ambiente para que as pessoas possam depositar exclusivamente o lixo orgânico, como estamos fazendo agora”, disse o secretário Simão Pedro.

Dos 96 distritos da cidade, 86 já recebem os caminhões da coleta seletiva. Pelo menos 12 toneladas de lixo seco são recolhidas diariamente. A prefeitura planeja cobertura total da cidade pela coleta até 2016.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) afirmou à TV Globo que ainda não comentaria a decisão.

Fiscalização - A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente fará a fiscalização do uso das sacolas verdes e as penas são determinadas pelo Decreto Federal 6514, de 22 de julho de 2008. Para o comerciante, varia de R$ 500 a R$ 2 milhões, de acordo com a gravidade e o impacto do dano provocado ao ambiente. Já o cidadão que não cumprir as regras poderá receber advertência e, em caso de reincidência, pagar multa entre R$ 50 e R$ 500. De acordo com a Lei 13.478, apresentar lixo para coleta regular em recipiente inadequado pode resultar em multa de R$ 63,22.

Histórico - Após a Lei 15.374 ter sido sancionada, em maio de 2011, o Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado ingressou com um pedido no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para suspender sua aplicação. O desembargador Luiz Pantaleão concedeu uma liminar. A entidade também ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação direta de inconstitucionalidade (ADI). Com isso, a regra não pode entrar em vigor, em janeiro de 2012, como previsto.

A prefeitura recorreu, mas o Tribunal manteve a decisão. No dia 7 de outubro, o Órgão Especial do TJ cassou a liminar que impedia a aplicação da lei. Após a confirmação da constitucionalidade, a prefeitura ficou responsável pela regulação.

"Nós tínhamos duas alternativas para cumprir a lei ambiental: ou acabaríamos com a sacola ou criaríamos uma nova que estivesse de acordo com a lei. Decidimos garantir esse direito ao consumidor", afirmou Haddad.


Rede Brasil Atual, com informações da prefeitura de São Paulo - 8/1/2015

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