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Consultor critica ideia de subir velocidade dos carros

Linha fina
Eduardo Biavati, especialista em segurança, aponta que redução é tendência mundial eficaz para preservar vidas e promover fluidez no trânsito
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São Paulo – O pré-candidato tucano à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano, João Doria Júnior, cujo slogan de sua página no Facebook é “acelera SP”, já admitiu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que se for eleito vai reverter o quadro de redução da velocidade nas vias da cidade.

“São Paulo é uma cidade que tem de andar rápido, você não pode imaginar uma cidade devagar, quase parando. Andar rápido, respeitando limites, com fiscalização, mas não apenas para multar e sangrar o bolso do consumidor”, afirmou o tucano.

Outro pré-candidato, o apresentador de TV José Luiz Datena, classificou a medida de redução de velocidade nas marginais, em entrevista ao mesmo jornal, como “idiotice”, apesar de destacar que falava como cidadão.

Para o sociólogo e consultor em segurança de trânsito Eduardo Biavati, a redução é tendência mundial e deve ganhar cada vez mais adesão da população, já que tanto do ponto de vista da fluidez como da segurança a redução tem se mostrado eficaz. Segundo a prefeitura de São Paulo, o número de acidentes com vítimas nas marginais caiu 30% depois da adoção da medida, enquanto a lentidão caiu 10% (na comparação de outubro de 2015 com o mesmo mês no ano anterior).

Biavati diz também que o eleitor deve desconfiar do candidato que promete reverter as velocidades: “É difícil que alguém dê apoio a um candidato que realmente se comprometa com uma política que pode resultar em mais gente morta e mais gente ferida”, afirma.

Segundo o consultor, “o que está em jogo nessa questão toda – pode parecer que foi uma política do PT ou de esquerda – mas, na verdade, é uma política global de administrar uma cidade em que a vida seja melhor”. Ele também diz que não tem nenhuma cidade no mundo que esteja caminhando no sentido de ter mais carros, ou mais velocidade.

“Não tem lugar nenhum, pode procurar. Qualquer política que busque isso, do tipo 'vamos desmontar as ciclovias', 'tirar ônibus e botar mais carros', esse cara, pelo amor de Deus, é um louco”, afirma. Biavati acredita que o eleitor pode não ter clareza agora, mas que mais adiante vai reconhecer que “muito embora todos preferissem que tudo fosse bem mais amplo do que foi até o momento, houve muito avanço na questão do trânsito”.


Helder Lima, da Rede Brasil Atual - 6/1/2015
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