Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Políticas públicas

Caixa Econômica Federal: há 164 anos ao lado do povo brasileiro

Imagem Destaque
Imagem mostra bancários atrás de uma faixa onde se lê  'Defender a Caixa é investir no futuro do país'

Neste domingo, 12 de janeiro, a Caixa Econômica Federal celebra 164 anos de investimentos no desenvolvimento do país e no bem-estar da população brasileira.

“Este é um dia para reforçar a importância das empresas estatais com a missão de garantir os interesses da coletividade nacional, e não de atender a interesses de grupos privados, que operam em uma lógica de maximização do seu lucro.”

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região é uma das coordenadas do Comando Nacional

Para marcar a data, como em todos os anos, o Sindicato dos Bancários de São Paulo realizou uma atividade, nesta sexta-feira 10, na Praça do Forró, no extremo leste da cidade de São Paulo. Local emblemático onde está situada uma agência que seria transformada no modelo digital. Com isto, deixaria de atender a população. Graças à mobilização do Sindicato e da Apcef/SP, em conjunto com moradores e empregados, a Caixa voltou atrás da decisão e reabriu a agência.

No contexto das políticas públicas, a Caixa é fundamental para o desenvolvimento e inclusão social no Brasil.

Bolsa Família, auxílio gás, fomento às atividades produtivas rurais, programas regionais de benefícios sociais e transferência de renda, benefícios ao trabalhador, crédito para PcD, acesso à moradia, fundo de investimento estudantil (Fies), empreendedorismo e microcrédito, FGTS, o abono salarial, Pé-de-Meia, gestão das Loterias, Minha Casa Minha Vida... são inúmeras as política púbicas da Caixa Federal voltadas para o desenvolvimento social.

Somados, todos estes e outros programas da Caixa pagaram R$ 310 bilhões em benefícios apenas nos nove primeiros meses de 2024.

“Todo brasileiro é cliente da Caixa, de uma forma ou de outra, já que o banco opera desde FGTS até crédito imobiliário, e são os empregados da Caixa, em cada agência e unidade, que constroem o banco, seu resultado lucrativo que ajuda a financiar os programas sociais, e  operam as políticas públicas essenciais para o povo brasileiro. Em 2025 nós seguiremos na luta por melhores condições de trabalho e na defesa da Caixa pública”, afirma Luiza Hansen, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e empregada da Caixa.

Desafios

Entre 2016 e 2022, nos governos Temer e Bolsonaro, a Caixa foi vítima de um projeto de desmonte, fatiamento, venda de ativos lucrativos, redução significativa do seu papel social e ataques aos direitos dos seus empregados. Um processo que tinha como objetivo a privatização.

Neste sentido, a criação de subsidiárias como Caixa Loterias, Caixa Seguridade, Caixa Cartões e Caixa Asset foi uma das principais formas de enfraquecer o banco diante da concorrência e da população, facilitando o projeto privatista. Isto porque, assim como outras empresas públicas, a Caixa precisa de aprovação do Congresso para ser privatizada. Mas não suas subsidiárias.

A abertura de capital da Caixa Seguridade, no início de 2021, foi um passo neste sentido.  Em abril daquele ano, obteve sua listagem na Bolsa de Valores, mantendo a Caixa como controladora, com o patamar de 82,75% de participação acionária.

Chico Pugliesi, diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa, ressalta que além da importância da defesa da função social do banco, é fundamental lutar para que as subsidiárias voltem a ser parte integral da Caixa.

“São alguma das áreas mais rentáveis do banco. Se desfazer dela enfraquecerá o banco como um todo e, consequentemente, seus programas sociais. Um projeto privatista disfarçado, implantado nos governos anteriores de orientação neoliberal, e que precisa ser revisto”, alerta o dirigente.

Chico Pugliesi ressalta que apesar da mudança para um governo contrário às privatizações, o projeto neoliberal segue ameaçando. Como exemplo, o dirigente cita o editorial da edição de 25 de agosto de 2024 da Folha de São Paulo, intitulado “Privatizar Petrobras, Caixa e Banco do Brasil”.

“Um editorial na capa do jornal sobre este tema escancara um projeto neoliberal que continua ameaçando as empresas públicas lucrativas e fundamentais para o desenvolvimento do país. Vivemos um momento de reconstrução do país e das políticas públicas, mas existe uma aliança do mercado com as classes dominantes da sociedade civil, da qual a Folha é uma das porta-vozes,  que segue exigindo a implantação de um projeto neoliberal que já se mostrou ineficaz, haja vista, só para ficar no exemplo mais recente, no jogo de empurra da Sabesp [recém privatizada] com o governo estadual sobre as responsabilidade no surto de virose no litoral.”

Mais empregados para a Caixa

Outro ataque à Caixa vem por meio da redução do número de empregados. Houve uma diminuição de 18% do quadro de pessoal do banco entre o final de 2014 e setembro de 2024.

Em números absolutos, a queda foi de 101.500 empregados no final de 2014 para 83.640 em setembro de 2024. Uma redução de 17.860 postos de trabalho.

Nestes mesmos 10 anos, a Caixa teve um aumento de 75 milhões de clientes (78.318 em 2014 para 153.196 em setembro de 2024), o que representa um aumento de 96%. Com isso, o número de clientes por empregado cresceu 137% (772 em 2014 para 1.832 em setembro de 2024).

Nos últimos dois anos, a Caixa vem se recuperando. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que, entre os cinco maiores bancos do país (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander), a Caixa apresentou o segundo maior crescimento do lucro (+21,6%) nos nove primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Isto, mesmo operando um volume imenso de atendimentos sociais, que os bancos privados não realizam por não considerar a atividade lucrativa. 

Mas a Caixa ainda enfrenta desafios para a promoção do crescimento do país e para a ampliação do financiamento da casa própria. Os empregados também seguem sobrecarregados e convivendo com a pressão pelo cumprimento de metas, além de lutarem pela derrubada do teto de custeio de 6,5% da folha de pagamentos em relação ao Saúde Caixa; esperarem  avanços nas negociações referentes às funções de caixas e tesoureiros.

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato, ressalta que a atuação dos bancos públicos é fundamental como um dos principais mecanismos de política econômica e monetária. “Além de ter papel protagonista no desenvolvimento econômico, social e regional por meio de políticas anticíclicas na concessão de crédito e barateamento de serviços bancários, seja para a população de baixa renda – negligenciada pelos bancos privados – ou para financiamento do setor produtivo, especialmente, pequenas e médias empresas”, afirma.

seja socio