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CPI estuda medidas para obrigar alunos a depor

Linha fina
Seis alunos e ex-alunos da USP, ligados ao Show Medicina, deixaram novamente de comparecer a audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito da Alesp que investiga violência nas universidades de São Paulo
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São Paulo – Convidados pela CPI que investiga violência em trotes e festas nas instituições de ensino superior de São Paulo, seis alunos e ex-alunos da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) deixaram novamente de comparecer à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para depor. Eles eram esperados em audiência na tarde de quinta-feira 19.
Presente à sessão, o advogado João Daniel Rassi, que representa o Show Medicina – tradicional entidade que congrega alunos da FMUSP e promove espetáculos teatrais cujas práticas foram denunciadas como homofóbicas, machistas e violentas –, disse que a defesa precisa ter acesso prévio aos documentos produzidos pela CPI.

Mas o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da comissão, informou que a Procuradoria da Assembleia Legislativa colocou os papéis de que fala o advogado à disposição desde o dia 12 deste mês. Para o parlamentar, a atitude da defesa seria “um expediente protelatório”. A conduta dos alunos “é uma afronta à CPI", afirmou.

Os ausentes, que nos últimos anos foram ligados ao Show Medicina, são Flávio Augusto Miorin, Rodrigo Bolini, Diego Ubrig Munhoz, Gabriel Fernandes Ribeiro, Willian Tetsuo Yamagata e Murilo Germano Sales da Silva. O Show Medicina promove festas nas quais acontecem abusos e trotes violentos, segundo depoimentos colhidos pela CPI.

Embora os deputados estejam evitando adotar medidas coercitivas, a resistência dos convocados – que não são acusados de nada – em comparecer pode resultar em atos legais cabíveis.

“Estamos tentando fazer com que eles venham, para não adotar essas medidas, mas se eles insistirem em continuar desautorizando a CPI, na próxima terça-feira (24) vamos ter que votar um requerimento nesse sentido, para que venham”, afirma Diogo.

A aprovação de requerimento para que tais medidas coercitivas sejam adotadas depende de que a sessão tenha quórum, que se traduz na presença de cinco deputados dos nove membros. As reuniões em que não há votação de requerimentos, mas só depoimentos, não precisam de quórum.

Na manhã desta sexta-feira 20, a CPI ouve o depoimento de uma aluna da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) vítima de estupro.


Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual – 19/2/2015
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