São Paulo – Os trabalhadores da Caixa estão atentos à possível abertura de capital da instituição, que é 100% pública, e a postos para lutar contra qualquer mudança nesse sentido.
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Em defesa da Caixa 100% pública, protestos já foram realizados por todo o Brasil e uma agenda de enfrentamento está programada: Dia Nacional de Luta em 27 de fevereiro, na mesma semana para a qual está marcado seminário em Brasília. Na Marcha dos Trabalhadores, no dia 26, a luta também será uma das bandeiras.
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De acordo com reportagem da Agência Estado, de sexta 6, o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estaria “trabalhando” para acelerar o processo de venda de ações da empresa. O dinheiro arrecadado viria para ajudar no cumprimento da meta de superávit primário – o que o governo economiza para pagar os juros da dívida pública – que está fixada em R$ 66,3 bilhões este ano.
Para o diretor do Sindicato Francisco Pugliesi, a Caixa não é o instrumento adequado para “fechar essa conta”. “Somos veementemente contrários a qualquer abertura de capital da Caixa. Seria um erro estratégico do governo porque a Caixa 100% pública tem o papel fundamental de fomentar políticas públicas, de saneamento básico, de financiamento de moradias e de distribuição e multiplicação de renda através de seus programas sociais”, afirma Chico.
De acordo com o dirigente, para financiar o superávit, o ideal seria, por exemplo, uma reforma tributária progressiva que aplicasse taxação a grandes fortunas.
“Eles vêm com uma ideia privatista, de que vendendo o patrimônio público, privatizando, você resolve todos os problemas. Isso é um erro absurdo! Basta ver a Sabesp. Enquanto os acionistas estão felizes com os dividendos das ações em alta em Nova Iorque, o povo está sem água na torneira. A Caixa não pode seguir essa mesma lógica”, defende, ressaltando que há interesses “que não estão apenas olhando a abertura de capital, mas também como neutralizar a atuação comercial da Caixa num mundo onde os banqueiros nacionais e estrangeiros perderam fatias do mercado para os bancos públicos”.
“Vamos manter a Caixa 100% pública, só assim ela conseguirá servir à população e não aos rentistas, que são os únicos que iriam ganhar com qualquer mudança. Por isso, contamos com a participação de todos. Que os empregados continuem alertas para saber como serão as ações do dia 27. Pela Caixa social, 100% pública sempre!”, conclama o dirigente.
Mariana Castro Alves – 9/2/2015
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Bancários se mobilizam para resistir a uma possível abertura de capital da instituição financeira, que seria acelerada para ainda esse ano
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