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Falta de água e de vagas assombram volta às aulas

Linha fina
Sindicato dos professores do ensino público denuncia fechamento de três mil salas de aulas, corte de vagas em programa de bolsas de estudo e problemas de abastecimento de água em dezenas de escolas
Imagem Destaque

São Paulo – A volta às aulas do ensino público veio acompanhada de uma série de preocupações. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp)  denuncia o fechamento de salas de aula e cortes de vagas do programa do governo estadual Vence, que oferece bolsas de estudo no ensino técnico a alunos do ensino médio. A falta de água causada pela crise de abastecimento é outro motivo de apreensão.

De acordo com levantamento feito pela Apeoesp, cerca de 3 mil salas foram fechadas, o que acarreta superlotação e prejudica o aprendizado. “Quando você tem essa realidade, o professor que tem várias turmas não consegue dar atenção adequada a esses alunos. Isso compromete o diálogo em sala de aula, há um barulho excessivo e, consequentemente, compromete a aprendizagem”, afirmou Paulo Neves, diretor estadual da Apeoesp, à TVT, a TV dos Trabalhadores.

Além de reduzir a quantidade de salas de aula nas escolas, a Secretaria Estadual da Educação cortou 10 mil vagas no programa Vence. As matrículas estavam confirmadas desde o ano passado e o comunicado do governo do estado sobre o corte das vagas chegou apenas às vésperas do início das aulas.

“O e-mail diz, simplesmente, que era para excluir os alunos. Nós não temos nenhuma sinalização com relação ao futuro desses alunos que entraram e acreditaram no programa”, afirmou o diretor de uma das escolas ligadas ao programa.

De acordo com a reportagem da TVT, a Secretaria da Educação informou, por meio de nota, que não há redução de estudantes beneficiados pelo programa Vence, e que metade dos alunos iniciará o curso agora e a outra metade ao longo do ano. Já sobre o fechamento de turmas denunciado pela Apeoesp, a secretaria afirmou também que a readequação do número de salas de aula é rotina a cada início de ano letivo e que a média de alunos é a respeitada, desmentindo o que afirmam os professores, que estão dentro da sala de aula

Falta de água – A crise de abastecimento de água, que começou no ano passado, está afetando as redes municipal e estadual de ensino. Ainda em outubro, 34 escolas municipais tiveram problemas, segundo a Apeoesp. As escolas estaduais também sofreram com a falta de água no final do ano letivo.

Já em 2015, com a volta às aulas na rede estadual na segunda-feira 2, duas unidades relataram problemas: na E.E. Salim Farah Maluf, na zona leste da capital, os bebedouros não possuem torneiras e a unidade é alimentada apenas por uma bomba, que funciona de forma precária, com vazamentos. A Apeoesp também recebeu relatos de desabastecimento na E.E. Roldão Lopes de Barros, na região da Ana Rosa, na zona sul da capital.

“As informações que as escolas estão recebendo são as mesmas que a sociedade está recebendo. Ou seja, a possibilidade de se ter até cinco dias sem abastecimento, rodízio e tudo o mais. É assustador, os professores estão extremamente temerosos. As escolas não estão preparadas para esse tipo de situação, esse é o fato”, afirmou em entrevista à Rádio Brasil Atual o secretário de comunicação da Apeoesp, Roberto Guido. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual da Educação, mas não obteve resposta.

Denúncias sobre os problemas com a falta de água podem ser feitas para a Apeoesp por meio de um canal no site (clique aqui).


Redação, com informações da TVT, Rádio Brasil Atual e Rede Brasil Atual – 6/2/2015

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