Pular para o conteúdo principal

Cerca de 2 mil pressionam por CPI da Merenda

Linha fina
Ato organizado pela Frente Brasil Popular percorreu corredores da Assembleia Legislativa para pressionar deputados a investigar desvios do governo Alckmin
Imagem Destaque
São Paulo - Os corredores e galerias da Assembleia Legislativa paulista foram tomados nesta terça- feira 23, por cerca de 2 mil pessoas integrantes da Frente Brasil Popular em São Paulo. O grupo agrega mais de 60 entidades, dentre as quais a Central de Movimentos Populares, CUT e CTB, o Movimento dos Atingidos por Barragem, a Apeoesp, Ubes, Upes, UEE, Levante Popular da Juventude e Marcha Mundial das Mulheres.

As entidades compuseram as manifestações em prol à imediata instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Merendas.

As primeiras notícias de desvio dos recursos das escolas públicas vieram à tona em 19 de janeiro, em investigações da promotoria de Bebedouro, quando seis pessoas da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), foram presas.

As suspeitas recaem sobre contratos superfaturados conduzidos pela Secretaria Estadual de Educação e prefeituras que fornecem merendas para creches e escolas públicas de ao menos 22 cidades, do interior do Estado.

As investigações apontam que o desvio pode ter alcançado R$ 25 milhões dos recursos dos cofres públicos que foram drenados para deputados da base do governador e funcionários de alto escalão, como Luiz Roberto dos Santos – vulgo “Moita”, acusado de negociar e coletar propina, quando exercia o cargo de chefe de gabinete da Casa Civil da administração de Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

Constam na lista de suspeitos vários secretários estaduais: Edson Aparecido (Casa Civil) Arnaldo Jardim (Agricultura), Duarte Nogueira (Logística e Transportes) e o ex- secretário de estadual de Educação, Herman Voordwald. Todos homens do primeiro escalão do governo do PSDB no Estado de São Paulo. Há ainda os deputados federais Baleia Rossi do PMDB e Nelson Marquezelli.

CPI Já - Os integrantes da Frente Brasil Popular em SP abordaram os deputados na tentativa de sensibilizá-los para que apoiem o pedido de CPI da Merenda de autoria da bancada petista, que coletou 23 assinaturas. Para abertura da Comissão são necessários 32 para o pedido ser protocolado.

Durante as manifestações no interior da Assembleia Legislativa, estudantes, professores, militantes e ativistas sociais entoavam palavras de ordem e cantigas com críticas ao fechamento de salas de aula e corrupção nas licitações para na aquisição da merenda.

Parte dos participantes protocolaram nos gabinetes o pedido de instalação imediata da CPI da Merenda e, conforme a posição do mandato, eles colavam adesivo em apoio ou não às investigações.

Plenário Obstruído - Paralelamente ao ato e manifestações acontecia a sessão no plenário da Assembleia, a cada manifestação dos deputados da oposição que criticam a falta de transparência do governo Alckmin, a deputada do PSDB Analise Fernandes, suspendia a sessão e por várias vezes criticou e ameaçou retirar a plateia que vaiava e ou aplaudia os oradores.

Na avaliação do coordenador da Frente Brasil Popular em SP e presidente da CUT/SP, Douglas Izzo, a Assembleia Legislativa deve cumprir seu papel e apurar os responsáveis pelo desvio dos recursos da merenda escolar. “O presidente da Assembleia, o deputado Fernando Capez (PSDB), assinou o pedido de CPI, num jogo de cena. Nós sabemos que regimentalmente sua assinatura não pode ser contabilizada para o protocolo do pedido da CPI, mas nós esperamos que ele fale com os deputados da base de sustentação para que permitam as investigações para valer”, defendeu. 


Rosário Mendez - CUT-SP
seja socio