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Sem-teto ocupam Secretaria da Habitação estadual

Linha fina
Governador paulista se comprometeu com repasse de R$ 200 milhões e realização de mutirão para construir 10 mil moradias, mas até agora não cumpriu
Imagem Destaque
São Paulo – Cerca de mil pessoas organizadas pela União dos Movimentos de Moradia (UMM) de São Paulo ocuparam na quinta 4 a sede da Secretaria de Habitação (Sehab) do governo Geraldo Alckmin (PSDB), na Rua Boa Vista, centro da capital paulista. Elas cobram o compromisso do governador de repassar cerca de R$ 200 milhões do Programa Casa Paulista para projetos do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, que beneficia famílias do movimento. E de construir outras 10 mil unidades por meio de mutirões habitacionais.

As famílias ficaram no saguão do prédio da Sehab pacificamente. Mas prometiam não sair de lá enquanto não fossem recebidas por representantes do governo Alckmin. “Queremos garantias de que nossas pautas serão atendidas. Chega de enrolação com a população”, afirmou Graça Xavier, militante da UMM. As famílias são oriundas da capital e de cidades do interior paulista.

“O governador se comprometeu no ano passado. Reafirmou em outubro. E até agora nada. Em fevereiro vence o nosso prazo e inviabiliza tudo”, disse a militante da UMM Ivaniza Rodrigues. Os manifestantes portavam bandeiras, apitos e bateria. Os sem-teto concentraram-se na Praça da Sé às 14h. E de lá saíram em marcha até a sede da secretaria, onde esperavam ser recebidos por um representante do governo Alckmin. Sem resposta, resolveram ocupar o local.

A pressa do movimento diz respeito a pelo menos 2 mil unidades habitacionais, que já têm terreno e projeto, aguardando apenas a verba para contratação. “São projetos em vários locais do estado. Se não forem contratados, volta tudo pro zero. Tem de reavaliar terreno, reapresentar projeto. Adia por um ano e meio, no mínimo”, afirmou Ivaniza.

Segundo os manifestantes, a Polícia Militar esteve no local, mas não houve nenhuma tentativa de reprimir o protesto.

As unidades do projeto seriam construídas pela modalidade Entidades, do Programa Minha Casa, Minha Vida, em que as próprias famílias buscam o terreno, elaboram o projeto e administram a verba e a construção do empreendimento.

Procurada, a Secretaria da Habitação não atendeu à reportagem.


Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual - 5/2/2016
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