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São Paulo - A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai passar a receber, ainda em fevereiro, amostras e fazer testes rápidos de detecção do zika vírus. Em entrevista à Agência Brasil, Clarice Arns, professora do Instituto de Biologia e coordenadora da força-tarefa criada entre laboratórios e as três universidades paulistas para estudar o vírus, disse na quarta 10 que o teste fica pronto em torno de cinco ou seis horas, mas ele só detecta o vírus ativo, ou seja, quando ele está no organismo e a pessoa já apresenta os sintomas da doença.
“Esse é um teste em que vamos detectar o vírus ativo ou se ele está no organismo da pessoa. Só é possível detectar, ou as chances são maiores, quando o paciente está na fase aguda da enfermidade, ou seja, quando ele está com os sinais ou sintomas clínicos. O médico então irá avaliar e remeter a amostra para a gente."
As amostras são coletadas a partir da saliva, urina ou sangue do paciente e podem detectar, além do vírus Zika, também a dengue e o chikungunya. O Hospital das Clínicas da Unicamp será um dos órgãos que fará a triagem e irá encaminhar as amostras para serem analisadas pelos pesquisadores da universidade.
“Tem que estar lá [no organismo do paciente]. Se já passou a fase aguda [da doença], o vírus não está mais no organismo. Depois que o vírus não está mais no organismo, temos um teste chamado sorologia, mas que não é um teste muito específico porque ele cruza muito com o vírus da dengue e aí não temos certeza se o paciente teve contato com zika ou dengue. Já esse teste não. É um teste específico em que poderemos determinar se o paciente está infectado com zika, dengue ou chikungunya ou com os três”, disse Clarice.
Para a coordenadora, a vantagem desse sobre os demais, principalmente sobre a sorologia, é que “ele é específico e rápido”. “Imagine uma mulher grávida, com sintomas, e que quer saber se está com zika ou não. Nós teremos como verificar isso”, disse. “O indivíduo que está doente tem o direito de saber o que ele tem. E também é importante, em termos epidemiológicos, que o Brasil saiba o que está ocorrendo e só com esses dados na mão é que as autoridades vão tomar uma posição mais clara e evidente, soltando mais verbas para a pesquisa ou o diagnóstico da doença", acrescentou.
Rede Zika - Criada no final do ano passado, a força-tarefa ou Rede Zika, como vem sendo chamada, reúne dezenas de laboratórios no estado de São Paulo para buscar entender o funcionamento do vírus que provoca o zika. A rede integra também as três universidades paulistas: Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela é coordenada pelo professor Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Segundo a pesquisadora, o teste para detecção de zika não é exclusividade da Unicamp. Diversas universidades e laboratório em todo o país já estão realizando testes para a detecção de zika. “Não é só aqui que está sendo feito. Está sendo feito na Fiocruz, na USP, na Unesp, no Instituto Butantan, no Instituto Evandro Chagas, entre outros".
Mobilização internacional - Pesquisadores e institutos de pesquisa internacionais comprometeram-se a divulgar gratuitamente as suas futuras descobertas sobre o Zika, uma prática não habitual no meio científico, justificada pela urgência em conter a epidemia.
Em uma declaração conjunta, as revistas Nature, Science e The Lancet, a Academia de Ciências Chinesa, o Instituto Pasteur de França, a Fundação Bill e Melinda Gates, assim como a Agência Japonesa de Investigação Médica estimaram que os dados sobre este vírus são “uma ferramenta na luta contra essa emergência de saúde”.
Os investigadores assinaram a declaração conjunta enfatizando que vão compartilhar os dados preliminares dos seus estudos, assim como os seus dados finais "tão rápida e amplamente quanto possível".
Normalmente, a publicação de dados científicos ou de resultados de um estudo é feita ao fim de um longo processo e os resultados não são compartilhados antes da sua publicação em uma revista científica.
“No contexto de uma emergência de saúde, é imperativo disponibilizar qualquer informação que possa contribuir para a luta contra a crise", declararam os signatários, entre os quais estão incluídos ainda os Médicos Sem Fronteiras, a revista The New England Journal of Medicine, a revista científica PLOS, o Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.
Os pesquisadores esforçam-se, em particular, para determinar a ligação entre o Zika e a microcefalia e procuram saber em que proporção o vírus compromete o feto.
No momento, não existe vacina ou tratamento contra o Zika.
Redação, com informações de Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil, e Agência Lusa - 11/2/2016
“Esse é um teste em que vamos detectar o vírus ativo ou se ele está no organismo da pessoa. Só é possível detectar, ou as chances são maiores, quando o paciente está na fase aguda da enfermidade, ou seja, quando ele está com os sinais ou sintomas clínicos. O médico então irá avaliar e remeter a amostra para a gente."
As amostras são coletadas a partir da saliva, urina ou sangue do paciente e podem detectar, além do vírus Zika, também a dengue e o chikungunya. O Hospital das Clínicas da Unicamp será um dos órgãos que fará a triagem e irá encaminhar as amostras para serem analisadas pelos pesquisadores da universidade.
“Tem que estar lá [no organismo do paciente]. Se já passou a fase aguda [da doença], o vírus não está mais no organismo. Depois que o vírus não está mais no organismo, temos um teste chamado sorologia, mas que não é um teste muito específico porque ele cruza muito com o vírus da dengue e aí não temos certeza se o paciente teve contato com zika ou dengue. Já esse teste não. É um teste específico em que poderemos determinar se o paciente está infectado com zika, dengue ou chikungunya ou com os três”, disse Clarice.
Para a coordenadora, a vantagem desse sobre os demais, principalmente sobre a sorologia, é que “ele é específico e rápido”. “Imagine uma mulher grávida, com sintomas, e que quer saber se está com zika ou não. Nós teremos como verificar isso”, disse. “O indivíduo que está doente tem o direito de saber o que ele tem. E também é importante, em termos epidemiológicos, que o Brasil saiba o que está ocorrendo e só com esses dados na mão é que as autoridades vão tomar uma posição mais clara e evidente, soltando mais verbas para a pesquisa ou o diagnóstico da doença", acrescentou.
Rede Zika - Criada no final do ano passado, a força-tarefa ou Rede Zika, como vem sendo chamada, reúne dezenas de laboratórios no estado de São Paulo para buscar entender o funcionamento do vírus que provoca o zika. A rede integra também as três universidades paulistas: Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela é coordenada pelo professor Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Segundo a pesquisadora, o teste para detecção de zika não é exclusividade da Unicamp. Diversas universidades e laboratório em todo o país já estão realizando testes para a detecção de zika. “Não é só aqui que está sendo feito. Está sendo feito na Fiocruz, na USP, na Unesp, no Instituto Butantan, no Instituto Evandro Chagas, entre outros".
Mobilização internacional - Pesquisadores e institutos de pesquisa internacionais comprometeram-se a divulgar gratuitamente as suas futuras descobertas sobre o Zika, uma prática não habitual no meio científico, justificada pela urgência em conter a epidemia.
Em uma declaração conjunta, as revistas Nature, Science e The Lancet, a Academia de Ciências Chinesa, o Instituto Pasteur de França, a Fundação Bill e Melinda Gates, assim como a Agência Japonesa de Investigação Médica estimaram que os dados sobre este vírus são “uma ferramenta na luta contra essa emergência de saúde”.
Os investigadores assinaram a declaração conjunta enfatizando que vão compartilhar os dados preliminares dos seus estudos, assim como os seus dados finais "tão rápida e amplamente quanto possível".
Normalmente, a publicação de dados científicos ou de resultados de um estudo é feita ao fim de um longo processo e os resultados não são compartilhados antes da sua publicação em uma revista científica.
“No contexto de uma emergência de saúde, é imperativo disponibilizar qualquer informação que possa contribuir para a luta contra a crise", declararam os signatários, entre os quais estão incluídos ainda os Médicos Sem Fronteiras, a revista The New England Journal of Medicine, a revista científica PLOS, o Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.
Os pesquisadores esforçam-se, em particular, para determinar a ligação entre o Zika e a microcefalia e procuram saber em que proporção o vírus compromete o feto.
No momento, não existe vacina ou tratamento contra o Zika.
Redação, com informações de Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil, e Agência Lusa - 11/2/2016