São Paulo – A Polícia Militar foi acionada e seis viaturas estacionaram bem em frente à entrada principal do Centro Administrativo (CA) Brigadeiro constrangendo trabalhadores que aderiam à paralisação. O Itaú foi alvo de protestos em todo o Brasil, na quinta-feira 1º de fevereiro, contra a retirada de direitos fruto das mudanças na legislação trabalhista, após o golpe e a reforma imposta pelo governo Temer. Além do CA Brigadeiro, bancários se mobilizaram no Centro Administrativo Tatuapé (CAT), na Rua Jundiái e no ITM.
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A mobilização na concentração do Itaú – que tinha dirigentes sindicais na porta desde as primeiras horas da manhã para dialogar com os trabalhadores – acabou tendo um princípio de tumulto com a atitude da PM. “Estávamos aqui pacificamente explicando para os trabalhadores o prejuízo que é tirar a homologação do Sindicato o que ocorrerá a partir de hoje (1º de fevereiro), quando chegou a PM e ficou perguntando se o trabalhador queria entrar, apontando o dedo e coagindo as pessoas”, conta o dirigente sindical e funcionário do Itaú, Sérgio Francisco. “Essa atitude do banco não será boa para o trabalhador. Fazer a homologação sem a supervisão dos dirigentes é um dano para o bancário e as paralisações irão continuar", completa.
Mais cedo, a PM foi acionada para desmobilizar a paralisação contra a implementação da reforma trabalhista no Itaú. Veja as imagens: pic.twitter.com/7VolhGpYPo
— Sindicato dos Bancários de SP, Osasco e Região (@spbancarios) 1 de fevereiro de 2018
Uma bancária que havia aderido à paralisação denunciou o assédio do gerente para que entrasse. “Fico preocupada com o que pode acontecer no futuro. Esse protesto é para nos defender mais uma vez. Fico indignada porque meu gerente está de olho e pressionando para que eu entre”, diz.
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“O banco ter tirado as homologações do Sindicato é preocupante. É um momento extremante delicado quando a pessoa é mandada embora, não tem cabeça e nem sabe, às vezes, o que tem de direito. E, fazer a homologação no próprio banco, não deve ser coisa boa, não. O trabalhador é quem vai sair perdendo. Depois de tudo pronto vamos recorrer a quem?”, indaga uma bancária que trabalha há oito anos na instituição.
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