A empresa Life Service, contratada pela Caixa Econômica Federal para realizar o serviço de limpeza nas agências, será penalizada e não poderá mais concorrer em editais para contratos com o banco.
A empresa que faz o serviço atrasou o pagamento do salário e do vale transporte dos seus funcionários e, diante disso, muitos deles não foram trabalhar nas unidades bancárias da Caixa.
A área de logística da Caixa informou que vai marcar uma reunião com o Sindicato e com a Apcef/SP para esclarecer a questão.
Novas denúncias de atraso no pagamento
Paralelamente a isto, estão surgindo novas denúncias de trabalhadores da Life Service apontando que a empresa atrasou o pagamento das verbas salariais.
Um vídeo divulgado pelo Jornal News Butantã nas redes sociais mostra a mobilização das funcionárias da Life Service que trabalham em uma escola municipal no bairro.
Elas denunciam que, apesar de a verba da Secretaria Municipal da Educação ter sido repassada à Life Service, tanto o salário como os vales-refeição e alimentação não estão sendo pagos, e o vale-transporte está sendo creditado de forma fracionada.
Segundo a empresa, o pagamento foi realizado nesta sexta-feira 9. Não conseguimos contato com a Secretaria Municipal de Educação. Os salários e demais verbas dos funcionários da Life Service que fazem serviço de limpeza para a Caixa também já foram creditados.
“Nos solidarizamos com a luta dessas trabalhadoras que tiveram seus salários atrasados por uma empresa terceirizada com contratos firmados com empresas grandes, como Caixa Econômica Federal e Correios, e até com a prefeitura de São Paulo. A precarização de direitos e das relações de trabalho é uma consequência direta da terceirização legalizada pela reforma trabalhista sancionada no governo Temer, na esteira do golpe parlamentar de 2016.”
Tamara Siqueira, dirigente sindical e empregada da Caixa
Campanha Nacional 2024 quer o fim da terceirização
A terceirização irrestrita permite que as empresas contratem trabalhadores terceirizados para qualquer atividade, incluindo as atividades-fim – o que vem afetando inclusive bancários de bancos privados, como Itaú e Santander, que estão terceirizando setores inteiros tipicamente bancários.
Os terceirizados geralmente recebem salários mais baixos, têm menos benefícios, menor estabilidade no emprego e mais fragilidade nas relações de trabalho.
De acordo com estudo da CUT, em parceria com o Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).
“Estamos em meio à Campanha Nacional dos Bancários 2024, e uma das principais reivindicações é a manutenção dos empregos e o fim da terceirização nos bancos”, enfatiza Tamara Siqueira.