Em 2018, Itaú, Santander e Bradesco, os três maiores bancos privados do Brasil, distribuíram R$ 36,8 bilhões aos acionistas em dividendos, juros sobre o capital próprio e recompra de ações. O valor equivale a 61,7% do lucro líquido ajustado que os três bancos somados tiveram no ano passado (R$ 59,695 bilhões).
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O número foi impulsionado principalmente pelo Itaú, que na segunda-feira 4 anunciou pagamento adicional de R$ 16,4 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio aos acionistas. Assim, o valor distribuído alcançou o recorde de R$ 22,9 bilhões, equivalente a 89,2% do lucro líquido de 2018.
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Em setembro de 2017, o Itaú acabou com o teto que limitava a distribuição de dividendos a 45% do lucro líquido. A medida foi tomada para lidar com um “problema” do banco, o excesso de capital.
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"Esses dados confirmam o modo de operar dos bancos no Brasil. Ganham dinheiro aplicando em títulos da dívida e cobrando as maiores taxa de juros do mundo. Reduzem custos com corte de pessoal e fechamento de agências. O lucro que resulta daí nem sequer é reinvestido no próprio banco, mas vai para a conta dos acionistas através de dividendos distribuídos. Trabalhadores perdem, clientes perdem, mas os acionistas estão cada vez mais ricos", avalia a presidenta do Sindicato, Ivone Silva.