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Chapéu
Intimidação

Sérgio Rial ameaça demitir trabalhadores sem CPA-10

Linha fina
No programa ‘Café com Rial’, presidente do Santander exigiu de bancários das agências a obtenção, em curto prazo, da certificação, o que vai contra o que determina resolução do Banco Central
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Rico e aposentado aos 58 anos, Sérgio Rial ameaça demitir trabalhadores que não tirarem certificação CPA-10 em curto prazo

O programa “Café com Rial”, videoconferência do presidente Sérgio Rial com funcionários de toda a rede de agências do Santander, desceu amargo e indigesto para muitos trabalhadores do banco espanhol. Em tom de ameaça (aos empregos), ele exigiu de bancários que mudaram de função a obtenção em curto prazo da certificação CPA-10 (primeiramente, o banco deu como limite até março, prazo depois estendido até o fim de maio).

Entretanto, o Banco Central, segundo a Resolução nº 3.158, determina que os bancos devem assegurar o prazo de 1 ano, tanto dos contratados quanto dos que mudaram de função, para que o empregado possa regularizar a sua certificação adequada. A norma está em vigor desde dezembro de 2003, e o prazo está previsto nos artigos 2º e 3º.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo cobrou da direção do banco que seja respeitado e cumprido o prazo de um ano determinado pelo Banco Central. “Além disso, temos a campanha permanente em defesa do emprego, pois empresa lucrativa não tem motivo para demitir. Sobretudo o banco espanhol, que não demite na Espanha e também não tem que demitir aqui no Brasil!”, argumenta o dirigente sindical Marcelo Gonçalves, bancário do Santander.

“Sérgio Rial é um homem rico e aposentado aos 58 anos por tempo de contribuição. Por meio do esforço dos bancários e do adoecimento de muitos trabalhadores, recebe bônus milionários todos os anos. E agora, além de parte da direção do banco Santander apoiar a proposta de reforma que privatiza a aposentadoria dos trabalhadores, ele ainda vem ameaçar cortar empregos de quem não obtiver o CPA-10 até maio”, critica.

O dirigente também lembra que a postura de Rial passa por cima de todas as conversas do Sindicato com o banco sobre o assunto. “Ele desrespeita e atropela todo um processo”, acrescenta.

Marcelo Gonçalves orienta os bancários que se sentirem pressionados a procurar imediatamente o Sindicato pelos telefones 3188-5200 ou 97593-7749, pelo site ou pessoalmente nas regionais. O anonimato é garantido. 

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