Uma denuncia recebida pelo Sindicato exemplifica uma situação recorrente que tem colocado em risco a vida de bancários do Itaú. Na denuncia, um trabalhador relata que teve de acionar a inspetoria por conta da ação de fraudador na agência. Quando a polícia chegou ao local, o fraudador foi preso. O bancário teve de ir até a delegacia, sendo conduzido na mesma viatura que o fraudador, e passou mais de 12 horas no local para registrar a ocorrência. Pouco tempo depois, o fraudador retornou a agência procurando pelo bancário, que estava em horário de almoço.
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“O bancário teve uma crise de pânico e precisou se afastar do trabalho”, conta o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú, Júlio César Silva Santos.
O dirigente explica que situação como essa relatada na denuncia são favorecidas por procedimentos do Itaú. “Em caso de suspeita de fraude, o bancário é orientado a acionar a inspetoria. Caso se confirme a suspeita, a polícia é acionada. Acontece que o próprio banco orienta que os bancários lidem com o possível criminoso, sem alardear a suspeita de fraude, até a chegada da polícia. Esse procedimento coloca o trabalhador em contato permanente com o fraudador, que posteriormente pode encarar essa trabalhadora como responsável pela sua prisão e buscar alguma forma de retaliação.”
Júlio lembra ainda que nesses casos a assistência do Itaú ao trabalhador é totalmente inadequada. “O banco expõe o trabalhador a uma situação se risco ao determinar, por meio de procedimentos internos, que ele tenha de lidar com um possível criminoso até a chegada da polícia. A situação já começa errada. Quando esse criminoso é solto e passa a perseguir o bancário, seja pessoalmente ou por meio da internet, o banco muitas vezes nega a sua transferência de agência, alegando não ter vaga em outra na mesma região. Além disso, diante do abalo emocional sofrido por esse bancário, o Itaú se recusa a emitir o CAT, negando o reconhecimento do dano como consequência de um acidente de trabalho. Ou seja, o banco abandona esse trabalhador”, critica o dirigente.
Júlio orienta que nesses casos o bancário informe ao possível fraudador que ele terá muitas dificuldades para a liberação da operação desejada, evitando assim se colocar diante do suspeito como responsável por frustrar seus planos. Além disso, o dirigente enfatiza que o bancário que estiver passando por essa situação, deve denunciar ao Sindicato. “Assim podemos intervir junto ao banco para que os direitos, a saúde e a segurança do bancário sejam preservados.”
As denúncias ao Sindicato devem ser feitas por meio por meio dos dirigentes, Central de Atendimento ou WhatsApp (11 97593-7749). O sigilo é garantido.
“Quanto ao banco, o Sindicato cobra a mudança de procedimento em casos de fraude. É inadmissível que, mais uma vez, o banco privilegie seu patrimônio em detrimento da vida dos funcionários”, conclui Júlio.