Na coluna Ao Leitor, da Folha Bancária 6.225, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, comenta o projeto de autonomia do Banco Central que tramita no Senado Federal. A dirigente sindical bancária destaca que, por trás dessa pretensa “autonomia” estão os interesses do mercado financeiro, que quer institucionalizar outro poder paralelo no centro de decisões estratégicas para o país. E ressalta ainda que antes de qualquer decisão sobre o BC, é preciso debater com a sociedade.
Ao Leitor – Folha Bancária 6.225
Participação da sociedade
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado pautou para esta semana o projeto de autonomia do Banco Central. Senadores querem votar a proposta independente da Câmara, que discute também um texto sobre o assunto, encaminhado pelo governo.
Antes de conceder autonomia ao BC, é preciso que o tema seja debatido no país.
O papel do BC é de cuidar da estabilidade do poder de compra da moeda e da solidez do sistema financeiro. O BC deveria se preocupar também com o nível de atividade econômica e o nível de emprego no país. E, para cumprir essas funções, dispõe de um conjunto de instrumentos de política monetária, entre elas o manejo da taxa básica de juros, dos depósitos compulsórios e da taxa de redesconto.
O que o mercado financeiro quer é autonomia total do BC. Apesar de assegurada em lei, querem ampliar ainda mais seus poderes para estabelecer suas próprias regras e mandatos. Isso significa institucionalizar um outro poder, paralelo e permanente, no centro de decisões estratégicas ao país, sem passar pelo voto popular.
Ivone Silva
Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região