A pandemia do novo coronavírus reforçou ainda mais a importância da Caixa Econômica Federal para a economia e para os brasileiros. Os trabalhadores do único banco 100% público com atuação nacional foram os responsáveis pelo pagamento do auxílio-emergencial para mais de 100 milhões de pessoas e pela liberação do saque emergencial do FGTS durante a crise sanitária e social sem precedentes na história recente do país, causada pelo Sars-CoV-2.
Mesmo com a sua importância destacada, o banco sob controle do governo Bolsonaro vem enfrentando há anos um processo de sucateamento imposto pelas últimas administrações de orientação neoliberal.
Seguidos cortes de postos de trabalho totalizaram 16.387 empregados a menos entre dezembro de 2014, quando tinha 101.677 trabalhadores, e setembro de 2020, quando contava com 84.290 bancários.
Tal situação, que já era um problema antes da pandemia, se mostrou insustentável em um momento em que a população, sobretudo a de mais baixa renda, mais precisou do banco. O que se viu ao longo de 2020, quando efetuados os pagamentos dos auxílios-emergenciais, foram filas intermináveis nas agências por todo o país, empregados sobrecarregados, e população insatisfeita.
“Por causa da falta de empregados, inúmeros colegas de agências entram em contato com o Sindicato e a Apcef/SP para desabafar que precisam se desdobrar em várias tarefas durante o dia: começam no autoatendimento, depois abrem o caixa para entender a população, em seguida precisam parar para atender os outros serviços considerados essenciais”, relata a dirigente sindical e empregada da Caixa Luiza Hansen.
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“E, pra completar a situação, grande parte dos bancários ainda são cobrados a toda hora por metas abusivas de vendas de produtos como previdência; cartões; seguridade... em um momento em que a atenção da Caixa deveria estar toda voltada para o social, que é a função principal do banco”, complementa Luiza.
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Mais contratações já!
A contratação de mais empregados para a Caixa é uma demanda permanente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Apcef/SP. Em reuniões com a direção do banco, nas Campanhas Nacionais, em protestos, lives e diálogos junto da população, as entidades cobram reiteradamente a ampliação dos postos de trabalho
“A falta de empregados está gerando muitos adoecimentos entre os trabalhadores e uma insatisfação crescente na população que busca atendimento. A diminuição dos postos de trabalho na Caixa, bem como o encolhimento do banco, é um processo que prejudica os empregados, que têm de lidar com sobrecarga cada vez maior e os consequentes adoecimentos; e a população, sobretudo a de mais baixa renda, que estaria apartada dos serviços bancários se não fosse a Caixa, o único banco com presença em todos os municípios brasileiros”, afirma Luiza.
“Por outro lado, os únicos beneficiados com o enfraquecimento da Caixa são os bancos privados, que terão ainda menos concorrência em um setor já extremamente concentrado, e poderão cobrar juros e tarifas ainda mais caras sem o banco”, acrescenta a dirigente.
“Por tudo isto, o fortalecimento da Caixa, bem como a ampliação do número de postos de trabalho, é uma pauta permanente do movimento sindical e uma luta que deve ser abraçada por toda a sociedade brasileira, que será ainda mais prejudicada com o processo de definhamento da Caixa”, finaliza Luiza.
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