Os empregados da Caixa realizaram, nesta quinta-feira 3, Dia Nacional de Luta, com atos em todo o país por medidas efetivas de proteção contra o contágio da Covid-19 e por melhores condições de trabalho.
Em São Paulo, o Sindicato dos Bancários realiza o protesto no Largo da Concórdia, na região do Brás. No local há uma concentração da área meio do banco, onde trabalham cerca de 400 empregados da Caixa. Além de dialogar com os bancários, dirigentes sindicais denunciam à população o processo de desmonte do banco público e o desrespeito com seus trabalhadores, promovidos pelo governo federal.
Os bancários puderam acompanhar o ato pelas redes sociais do Sindicato: Twitter, Facebook e Instagram.
Desrespeito às medidas de segurança
O Sindicato apurou que a Caixa tem descumprido sistematicamente os protocolos de segurança contra a Covid-19. Veja algumas situações em que isso acontece:
- os empregados não estão sendo notificados de que os colegas estão com covid, então acabam não se afastando para testar;
- quando são afastados, não conseguem ser testados e são chamados novamente para o trabalho (pelo protocolo deveriam esperar o resultado ou fazer 14 dias de home office);
- nas áreas meio, os andares não são evacuados para higienização;
- quando uma agência é fechada para limpeza, as horas paradas dos empregados são colocadas como compensação (quando deveriam ser abonadas);
- tem agências que não são fechadas para higienização, apenas afastam o empregado doente;
- tem agência que fecha, mas os empregados são encaminhados para ajudar em outras unidades (quando deveriam ser afastados e testados);
- tem agência onde teve caso confirmado que permanece aberta até a chegada da equipe de higienização;
- o protocolo não é aplicado quando o trabalhador é terceirizado;
- há empregados trabalhando sem máscara
Caixa, a pandemia não acabou!
O banco público está relaxando no cumprimento das medidas de segurança ao mesmo tempo em que as mortes e internações por coronavírus crescem no país.
“Os descumprimentos dos protocolos pela Caixa estão ocorrendo justamente quando a pandemia volta a se agravar, por conta da variante ômicron, muito mais transmissível. Ontem [quarta-feira 2], o Brasil registrou 946 mortes por covid-19, e a média móvel nos últimos 7 dias foi de 653, a maior desde 31 de agosto de 2020. Ou seja, a pandemia não acabou e a direção do banco público, alinhada com este governo federal negacionista, promove um verdadeiro desrespeito com a vida de empregados e clientes. Já realizamos outros atos e vamos continuar protestando contra esse absurdo”, destaca o dirigente sindical Danilo Perez, bancário da Caixa.
Em carta aberta distribuída durante as atividades em São Paulo e demais cidades brasileiras, os empregados observam que a “gestão de Pedro Guimarães na Caixa e sua proximidade política com Jair Bolsonaro, com especulações, inclusive, de ele ser candidato a vice-presidente da República nas próximas eleições, na chapa do atual presidente do Brasil, tem aproximado o banco da teoria negacionista, que menospreza a pandemia, em prejuízo das necessárias medidas de prevenção contra a doença.”
Saúde
Os empregados estão tendo dificuldade de atendimento nos serviços de saúde devido à sobrecarga no sistema de saúde pública e também do Saúde Caixa. Por isso, nos atos, os trabalhadores cobraram também melhorias no atendimento do plano de assistência à saúde, principalmente no serviço de telemedicina, fundamental no agravamento da pandemia.