São Paulo – O clima é de tristeza em uma agência do Itaú localizada na zona leste, onde trabalhava um bancário morto nesta quarta-feira 27, em casa, vítima de enfarto.
Durante o dia de quarta-feira, o dirigente sindical da Fetec-CUT/SP Sergio Lopes, o Serginho, encontrou o trabalhador na porta da agência Shopping Aricanduva. “Estávamos em protesto contra o horário estendido em agências do Itaú. Ele pediu para entrar, pois teria a última reunião após a reestruturação das áreas de crédito a empresas. Estava chateado, abatido, teve seu cargo rebaixado e disse que não estava bem por conta da pressão por metas”, relata Serginho.
A diretora do Sindicato Marcia Basqueira explica que recentemente a direção do Itaú anunciou a extinção e fusão das áreas de crédito a empresas Emp 1, 2, 3 e 4. As Emp 1 e 2 serão transferidas para o banco de investimentos Itaú BBA e as Emp 3 e 4 passam para o Varejo. “Esse funcionário era gerente de plataforma em uma das Emp, e seu cargo foi rebaixado para gerente em agência.”
Segundo a diretora, “a reestruturação tem causado estresse aos bancários, principalmente pela falta de transparência no processo”. Márcia ressalta que vários trabalhadores já foram demitidos por conta desse processo. “Dos 25 superintendentes das Emp 3 e 4, onze seriam demitidos na primeira leva. No dia 12 de março, um bancário perdeu o emprego, três foram rebaixados de cargo e um outro não aceitou o rebaixamento e optou pela aposentadoria”, conta Márcia.
O Sindicato entrou em contato com o responsável pelas relações sindicais do banco para cobrar a manutenção dos empregos. “Eles disseram que não haverá demissões. Mas o próprio banco informa, segundo fontes citadas em reportagem da revista Exame, que vai demitir nesses departamentos. Onde está a verdade?”, questiona Márcia.
O funcionário que faleceu foi velado nesta quinta-feira 28, em São Paulo. “Queremos nos reunir com representantes do banco para discutir essa reestruturação e acalmar os trabalhadores do Itaú”, finaliza Márcia Basqueira.
Gisele Coutinho – 28/3/2013
Linha fina
Segundo dirigentes sindicais e amigos, o funcionário estava deprimido e reclamou de pressão por metas no dia do falecimento
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