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Morte de filho de gays e a educação para diversidade

Linha fina
Ativista e especialista em educação afirmam que escolas devem cumprir importante papel na conscientização e no combate ao preconceito
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São Paulo – O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, de São Paulo, Fernando Quaresma, em entrevista na quarta 11 à Rádio Brasil Atual, comentou a morte do adolescente Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, que morreu, na segunda-feira 9, após se envolver em uma briga, na porta da escola, supostamente, por ser filho de adotivo de um casal homossexual. Fernando faz um alerta para o crescimento da violência e a descriminação, que tem atingido até os filhos de homossexuais.

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"Nós já tínhamos situações de evasão escolar por perseguição aos LGBTs dentro das escolas e, agora, estão punindo também os filhos dos LGBTs. A situação está cada vez mais grave", alerta.

O ativista acredita que os alunos reproduzem conceitos ouvidos dentro do ambiente familiar, por meio de piadinhas e xingamentos, e que as escolas teriam um papel fundamental no combate à homofobia, mas afirma que esse não é quadro que se verifica, de maneira geral, nas escolas.

"O papel da escola é justamente erradicar isso. Colocar em discussão e ser o transformador dessa discussão, para que a criança volte para casa com aquilo que aprendeu, debata com os pais e possa até faze-los mudar de opinião. Infelizmente, não é isso o que a gente vê."

O mestre em educação pela USP e diretor da uma escola de municipal de educação infantil, na zona norte de São Paulo, Claudio Marques, acredita que a escola é negligente ao considerar como brincadeira as ofensas entre os alunos e que isso colabora para naturalizar a homofobia.

"A partir do momento que se admite e tolera certo tratamento, negligenciando, por exemplo, quando uma criança chama a outra de 'bicha' ou de 'viadinho', de certa forma, está se participando disso", reflete Claudio.

Tentativas,  de se discutir o assunto no ambiente escolar,  em âmbito nacional, como o projeto Escola Sem Homofobia, que ficou conhecido como 'kit gay', não passaram por aprovação no Congresso por resistência da bancada evangélica, mas o ativista Fernando Quaresma ressalta a importância de ter leis e materiais que possam educar para a diversidade.


Rede Brasil Atual - 13/3/2015

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