São Paulo – Face os recorrentes registros de violência contra LGBTs, ONGs, grupos e ativistas convocaram uma manifestação para este sábado para pedir a punição destes crimes e a criminalização da homofobia. O ato acontece na Praça Roosevelt, às 16h.
Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgados pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), 70 LGBTs foram assassinados no Brasil nos primeiros 65 dias do ano. Em 2016, o número foi de 338.
“A gente carece de dados oficiais. Não há um trabalho de políticas públicas sobre a questão, até porque não tem a caracterização do crime de homofobia”, explicou Nelson Matias, do Conselho Sócio-Fundador da APOGLBT.
Para Matias, a criminalização da homofobia serviria como um instrumento no combate à violência praticada contra LGBTs.
“É óbvio que a criminalização da homofobia não vai estancar a onda de crimes, como a Lei Maria da Penha não acabou com a violência contra a mulher, mas cria um mecanismo para nortear as políticas públicas. Estamos falando de homicídios, mas também há outros casos, como LGBTs que são postos para fora de casa por suas famílias, ou impedidos de ingressar no mercado de trabalho. E o Brasil está só assistindo a isso tudo”, criticou Matias.
O coordenador do coletivo LGBT do Sindicato, Maikon Azzi, critica o descaso do governo Temer em relação ao crescente número de crimes praticados contra esta parcela da população.
“O Brasil é apontado como o país que mais mata LGBTs no mundo e, mesmo com esses dados, o governo ilegítimo do Temer vem tirando a autonomia da Secretaria de Direitos Humanos, que debate esse tema. Entendo que a luta na fase que estamos passando tem de se intensificar ainda mais! Temos que pressionar para que os projetos que tramitam há anos no Congresso sejam aprovados, para que a criminalização da homofobia saia do papel e passemos a ter mais garantias de dignidade para essa população”, defendeu o dirigente.
Percurso - A concentração do ato está marcada para as 16h na Praça Roosevelt. Às 17h, o grupo pretende sair em passeata pela Avenida Ipiranga, Praça da República, Vieira de Carvalho e Largo do Arouche.
No evento criado no Facebook, até o final da tarde de sexta 17, já havia mais de 2,5 mil pessoas que tinham confirmado presença ou manifestaram interesse. Além da APOGLBT, outras 20 entidades assinam a convocatória.