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Chapéu
Vai deixar barato?

'A gente está se ferrando de verde e amarelo, por isso temos de lutar'

Linha fina
A fim de definir participação da categoria na greve geral do dia 28 de abril, Sindicato realiza assembleias em diversos centros administrativos onde sobram revolta e disposição para luta
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Foto: Mauricio Morais

São Paulo – Legalização da terceirização irrestrita, mudanças na Previdência que impedirão aposentadoria antes dos 65 anos, congelamento dos gastos sociais por 20 anos, reforma trabalhista que na prática vai acabar com as conquistas garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho... Os ataques aos direitos da classe trabalhadora promovidos pelo governo Temer são inúmeros, portanto motivos para protestar não faltam.  

Por essa razão, o Sindicato começou na manhã da sexta-feira 31, Dia Nacional de Mobilização, manifestações e assembleias com trabalhadores nas principais concentrações de bancos públicos e privados de São Paulo, Osasco e região, para definir a adesão da categoria à greve geral convocada pela CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais, para 28 de abril. 

O Dia Nacional de Mobilização, nesta sexta, termina com protestos em todo o país. Em São Paulo, o Sindicato convoca os bancários para ato na Praça da República, a partir das 17h30. A CUT e demais categorias realizarão protesto na Avenida Paulista, com concentração no Masp, a partir das 16h. De lá, os manifestantes sairão em caminhada e se unirão a bancários e professores na Praça da República.

“A gente está se ferrando de verde e amarelo, por isso temos mais é de lutar pelo que é nosso”, afirma uma funcionária do Bradesco lotada na Nova Central. “Sinceramente, o que os caras estão fazendo é muita sacanagem. E eu falo caras porque eles não merecem nem ser chamados pelo nome. Se a gente não batalhar pelo que é nosso, eles vão tirar tudo que a gente conquistou, e parece que a gente está deixando. Por isso temos de ir para a rua. Eu pretendo ir nas manifestações e eu sei que muita gente no prédio tem esse interesse.” 

Um bancário do Itaú que trabalha no Centro Administrativo Tatuapé opina: “É de suma importância os bancários se mobilizarem porque seremos uma das categorias mais prejudicadas com a terceirização. Com certeza essas mobilizações são extremamente importantes porque as relações de trabalho vão mudar profundamente e serão muito precarizadas caso essas reformas sejam implantadas”. 

“Nessas mudanças que a gente está vendo, que são muito grandes e muito ruins, a única ferramenta que a gente tem agora é a mobilização e nós, bancários, também seremos muito prejudicados, apesar de muitos acreditarem que não”, avalia uma bancária do Banco do Brasil que trabalha no prédio da Rua 15 de Novembro.

“A aprovação da terceirização foi feita de uma forma que não deu opção dos trabalhadores serem ouvidos. Infelizmente [no Congresso] são quase todos aliados do governo Temer. Agora a forma da maioria da população ser ouvida é a paralisação. Por isso sou a favor dos protestos”, afirma uma bancária do Vila Santander. 

“A rua é muito importante, porque não é só no virtual que a gente vai conseguir conquistar a vitória nessa luta”, afirma um bancário do Itaú lotado no CAT. “A mobilização de hoje e a greve geral do dia 28 de abril são fundamentais para mostrarmos para o governo que o trabalhador não vai aceitar essas mudanças.”

“Sou a favor dessas manifestações porque especialmente no caso da Caixa estamos vendo um desmantelamento total do banco”, afirma um empregado do banco público. “Os empregos estão acabando e a paralisação é uma das atitudes que o trabalhador deve ter para chamar a atenção da população para o que está acontecendo. A terceirização é terrível, querem acabar com a relação de trabalho da forma que a gente conhece, desmantelar todo o mercado de trabalho e criar uma coisa quase escravagista.” 

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