São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) anunciou na manhã desta quinta-feira 9 que conseguiu compromisso do Ministério das Cidades pela retomada das contratações de moradia na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, que haviam sido suspensas com a chegada de Michel Temer ao poder, há quase um ano. O movimento ocupava a Avenida Paulista, em frente ao escritório da Presidência da República em São Paulo, desde 15 de fevereiro.
Segundo o MTST, o compromisso firmado na quinta 8, em reunião com o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), prevê a publicação, ainda neste mês de uma nova resolução para os projetos e a imediata a retomada das contratações de moradias para famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.
"O acampamento atingiu seu objetivo. Foram 22 dias de muita resistência, formação e cultura. Agradecemos a todas e todos que contribuíram de algum modo com esta grande luta. Aos que doaram alimentos, colchões, roupas. Aos que se apresentaram na tenda cultural, compartilhando seu conhecimento ou sua arte. A todos os movimentos, sindicatos e ativistas que foram solidários e passaram, em algum momento, por lá", afirmou o movimento, em nota.
No vácuo - O prefeito João Doria (PSDB) tentou se aproveitar da vitória do movimento, afirmando que o MTST "aceitou deixar as calçadas da Paulista" após sua solicitação, e divulgou fotos com um "antes e depois" da região ocupada.
Já o movimento promete manter-se em mobilização permanente: "O MTST sabe que ganhamos uma batalha, mas estamos em meio a uma dura guerra. Por isso, nossa luta não pára por aqui. Seguiremos nas ruas contra todos os ataques a direitos realizados pelo governo Temer e em luta pela democracia. Ontem não dissemos 'adeus' à Paulista, mas só um 'até logo'. No dia 15 tomaremos novamente esta avenida, com milhares de sem-teto, no dia de lutas contra a reforma da Previdência. Assim também em todo o Brasil, nas mobilizações unitárias do movimento social".