Na quarta-feira, 23 de julho, o Sindicato recebeu a visita do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que fez uma importante análise da conjuntura política, econômica e social, no âmbito nacional e internacional.
Entre os principais temas abordados pelo deputado, destacaram-se a defesa da soberania nacional diante das tarifas impostas pelo presidente estadunidense, Donald Trump, que conta com o apoio de políticos brasileiros do campo da extrema-direita; a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e desconto para quem ganha até R$ 7.350; e o fim da escala 6x1.
Em uma fala firme, Boulos defendeu que a classe trabalhadora deve se unir em torno destes três temas: soberania nacional, justiça tributária e o fim da escala 6x1.
“São bandeiras simples e diretas. A defesa da soberania nacional contra este ataque que o Brasil está recebendo. Soberania não se negocia (…) Justiça tributária, com a taxação dos super-ricos, a partir do debate de quem vai pagar a conta. Queremos justiça social. E isso significa taxar os 1% mais ricos e isentar o povo. E o fim da escala 6x1, colocando no centro do debate uma reivindicação histórica dos trabalhadores, que é a redução da jornada”, destacou Boulos na sua fala.
“Estes temas são bandeiras de luta do Sindicato e da classe trabalhadora como um todo. Defendemos um Brasil soberano, sem baixar a cabeça para conspirações e chantagens políticas, com ameaças a nossa economia; defendemos um Brasil com justiça tributária, no qual o povo pague menos impostos e os super ricos passem a pagar o mínimo; e defendemos um Brasil que proporcione dignidade aos seus trabalhadores, a começar pelo fim da escala 6x1”, avalia a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro.
O Sindicato é uma das entidades que está apoiando o Plebiscito Popular 2025, iniciativa das centrais sindicais para mensurar e demonstrar o apoio dos brasileiros ao fim da escala 6x1 e a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.
Inteligência Artificial
Na sua fala, Boulos também abordou o tema da Inteligência Artificial (IA) e o impacto da tecnologia no emprego e nas relações de trabalho.
A IA já está presente no setor bancário. Um exemplo é o aplicativo Itaú Emps, através do qual o Itaú pretende eliminar os gerentes e oferecer uma solução baseada em autosserviço, para atender pequenos negócios e profissionais autônomos com faturamento anual entre R$ 200 mil e R$ 3 milhões.
“Está aberta, na Câmara dos Deputados, a Comissão Especial de Inteligência Artificial, para fazer a nova regulamentação sobre inteligência artificial no Brasil. É um debate bem amplo (...) Acho que vocês podem levar uma delegação de bancários para lá, até mesmo realizar uma audiência pública, para que façamos com que este debate [do impacto no emprego] entre nas preocupações da Comissão”, enfatizou Boulos, colocando-se à disposição da categoria bancária nas tratativas sobre o tema.
Na próxima segunda-feira, 28 de julho, será realizada negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (federação dos bancos) sobre novas tecnologias, como a IA, e atividades bancárias.
“Vamos apresentar propostas sobre o tema, porque nós queremos uma transição justa para o modelo de inteligência artificial que garanta o emprego bancário, o respeito ao meio ambiente, leve em consideração a redução da emissão de carbono e garanta que no futuro a humanidade tenha trabalho decente e possa se beneficiar dos ganhos da produtividade do trabalho”, enfatiza a presidenta do Sindicato.
