O assédio moral é todo comportamento abusivo (gesto, palavra, atitude) que ameaça, por sua repetição, a integridade física ou psíquica de uma pessoa, degradando o ambiente de trabalho.
São microagressões, pouco graves se tomadas isoladamente, mas que, por serem sistemáticas, tornam-se destrutivas. É o sentimento de ser ofendido, menosprezado, constrangido e ultrajado pelo outro no ambiente de trabalho. Essa humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.
A base do assédio moral está na repetição, portanto define-se no tempo e não pode ser diagnosticado imediatamente após a primeira hostilidade. Não se dar bem com seu superior é normal. O problema é quando a questão se torna pessoal e o empregado se vê discriminado no ambiente de trabalho, sofrendo, constantemente, humilhações.
A perseguição também é outra característica. A vítima escolhida, em geral, é isolada do grupo e impedida de se expressar. Sem explicações, passa a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada e desacreditada diante dos pares.
São exemplos de assédio moral ameaçar de demissão, ofender, sobrecarregar de trabalho, dificultar a execução de tarefas, isolar a pessoa, desmoralizar publicamente, desvalorizar o trabalho efetuado, expor a vida ou problemas particulares, cobrar desmedidamente o rendimento do empregado ou deixar de conversar com a pessoa.
Chefe ou não – Geralmente ocorre quando há relações hierárquicas autoritárias, em que prevalecem atitudes negativas dos superiores em relação a seus subordinados, com ataques repetitivos. Mas o assédio moral pode partir também de pares, não somente de superiores.
Normalmente começa com críticas constantes do agressor a um funcionário, que é impedido de trabalhar ou vê-se sobrecarregado de tarefas. Assim, o agressor pode mais facilmente criticá-lo. A pessoa que sofre o assédio moral sente dificuldade em se defender.
Denuncie! – As principais armas contra o assédio moral são a união e a denúncia. Se você é vítima, procure ajuda do Sindicato e dos colegas e denuncie. Se é testemunha, seja solidário. Você poderá ser a próxima vítima. São os laços afetivos e a troca de informações que permitem a resistência, porque o medo só reforça o poder do agressor.
A denúncia deve ser registrada via site do Sindicato, no canal Assuma o Controle. Pode ser feita também pessoalmente, na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro) e nas regionais. O sigilo é garantido.
O Assuma o Controle é um instrumento conquistado pela categoria na Campanha Nacional de 2010. Em 2014, a categoria garantiu a inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de uma cláusula que prevê que o monitoramento de resultados (nome que os bancos dão para a cobrança por metas) será feito “com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho”.
Separamos algumas dicas para ajudar a reagir contra o assédio moral:
1. Anote com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais achar necessário).
2. Procure a ajuda do Sindicato e dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
3. Evite conversar com o agressor sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
4. Relate o acontecido para outros canais da sociedade além do Sindicato, como o Ministério Público e a Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina.
5. Divida seus problemas com os familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.