Na última sexta-feira, 15 de agosto, Sindicato e representantes da Crefisa estiveram reunidos para debater a redução das demissões e melhora nas condições de trabalho na Mesa de Crédito, área na qual ocorreram mudanças na gestão após cobrança realizada em reunião entre a entidade e a Crefisa, no final do ano passado.
Emprego
A questão das demissões na Mesa de Crédito – que ocorreram em grande número significativo até o final do 1º semestre, sobretudo de funcionários com 8 anos ou mais de empresa e com mais de 40 anos - foi o principal tema da reunião, sendo a preservação dos empregos a prioridade máxima do Sindicato. A justificativa alegada para as demissões foi “reestruturação”.
O Sindicato cobrou dos representantes da Crefisa que tratem novamente do tema com a gerência da Mesa de Crédito.
“O Sindicato acompanhará de perto a situação do emprego na Mesa de Crédito, o tema mais caro para nós. A preservação dos empregos é condição fundamental para qualquer relação de confiança e de negociação. A Crefisa, em 2024, teve um lucro de meio bilhão de reais. Um resultado que também é fruto da dedicação dos analistas de Mesa de Crédito. Portanto, é preciso um esforço de todos para uma evolução na relação entre Sindicato e Crefisa, na forma de um cuidado e atenção com o emprego em toda a empresa.”, destaca o dirigente do Sindicato Marcelo Gonçalves.
Condições de trabalho
Na reunião, o Sindicato reconheceu a melhora nas condições de trabalho com as mudanças na gestão da Mesa de Crédito. Entretanto, enfatizou que ainda permanece a enorme preocupação da entidade com o surgimento de um novo indicador: o chamado TMA (Tempo Médio de Atendimento).
O Sindicato reiterou que o TMA não pode impactar no emprego, com a análise cronometrada de todo o trabalho e, consequentemente, com aumento das metas e da velocidade na análise de propostas.
O TMA do produto “baixa renda”, por exemplo, era de 2min30seg. Com 10 dígitos sequenciais, com milhares de propostas sendo analisadas por mês.
“O TMA pode impor uma velocidade de trabalho extenuante, que acarretará em possíveis erros, gerando advertências verbais ou por escrito, o que já seria abusivo. Uma permanente ameaça de punição. Insistimos para que essa questão do TMA seja tratada com todo cuidado pela nova gestão da Mesa de Crédito. Esse novo indicador não pode frustrar toda a torcida e aposta nessa nova gestão, que tem demonstrado um esforço em construir um ambiente de trabalho diferente do que foi na gestão passada. Como disse Charles Chaplin, em uma das suas célebres frases: Não sois máquinas! Homens é que sois!”, diz Marcelo.
“Ressaltamos que existe uma grande esperança de uma melhoria nas condições de trabalhado com a nova gestão da Mesa de Crédito, na construção de um ambiente de trabalho saudável para todos. Fomos informados que, desde que ocorreu a mudança, não foi aplicada nenhuma advertência por escrito e que houve atenção na administração de jornada e das horas extras”, acrescenta.
O que diz a legislação sobre o pagamento de horas extras
De acordo com a legislação trabalhista, a realização de horas extras não pode ser uma obrigatoriedade e o máximo legal são duas horas por dia. Sendo que a sua realização é algo extraordinário, não pode se tornar uma habitualidade, caso contrário podem ser incorporadas ao salário.
“Reiteramos que, no caso de necessidade de realização de horas extras, deve ser respeitada a legislação trabalhista. Além disso, defendemos que o ideal é que o salário do trabalhador o remunere de forma digna, de forma que ele não fique refém das horas extras, preservando assim sua saúde e bem-estar”, enfatiza o dirigente do Sindicato.
Outras questões
Na reunião, os representantes da Crefisa mencionaram alguns avanços na melhoria das condições de trabalho na Mesa de Crédito, como, por exemplo, ações de aproximação da gestão da área com os analistas, bem como o rodízio destes profissionais e equipes para verificar a alocação a qual cada um se adapta melhor; melhor acessibilidade para PCD’s; e atenção ao credenciamento de médicos e clínicas no plano de saúde quando apontada a necessidade pelos trabalhadores.
O Sindicato voltou a solicitar o acesso de seus dirigentes aos locais de trabalho, além de informações sobre a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da empresa e uma data, frequente, para as campanhas de sindicalização.
“Embora se reconheça avanços da nova gestão para construção de um ambiente de trabalho mais saudável, é necessário que se estabeleça e seja respeitado um ritmo de trabalho adequado, evitando assim o adoecimento dos trabalhadores. Assim sendo, reforço que é fundamental que os trabalhadores do grupo Crefisa como um todo, sejam estes financiários ou mesmo terceirizados, mantenham contato permanente com o Sindicato, de forma a avançarmos na construção de uma relação de trabalho mais justa, saudável e humana”, conclui Marcelo Gonçalves.
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