São Paulo – O ônibus equipado para funcionar como unidade móvel de atendimento às mulheres vítimas de violência em São Paulo, inaugurado em 2014 pelo então prefeito Fernando Haddad, está parado desde janeiro, quando o prefeito João Doria assumiu a prefeitura. Desde que começou a circular, a unidade móvel atendeu pelo menos 23 mil mulheres nas periferias da cidade.
O equipamento presta atendimento multidisciplinar a mulheres em risco de violência, oferecendo acolhimento e orientações, e promovendo rodas de conversa, palestras, oficinas, teatro e projeção de filmes sobre violência contra mulher, participação política, geração de emprego e renda. O ônibus foi cedido pelo governo federal, ainda na gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff, como uma das ações do programa “Mulher, viver sem violência”, que tem por objetivo proporcionar atendimento integral às vítimas de violência.
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, que assumiu a pasta das mulheres na gestão Doria, não explicou porque a unidade móvel está parada, mas informou que ela deve voltar às atividades em abril.
“Eu coloquei a unidade móvel para rodar. Deixamos o convênio assinado com o governo federal, que garantiu a manutenção do ônibus até abril deste ano. Não faz sentido ela estar parada”, diz a ex-secretária de Políticas para Mulheres de São Paulo Denise Motta Dau, que desenvolveu o projeto na cidade. “Foi uma luta para colocá-lo em funcionamento, mas garantimos que o ônibus rodasse. Não é fácil, mas é possível com articulação.”
A Comissão de Saúde da Mulher da Câmara Municipal está reunindo informações sobre quais equipamento de atenção à mulher estão ou não funcionando na gestão Doria e que mudanças sofreram. Os resultados serão apresentados em uma audiência pública marcada para o próximo dia 31. Foram convidados membros da Defensoria Pública, do Ministério Público e representantes do judiciário.
A unidade móvel possui duas salas de atendimento às mulheres, equipadas com netbooks com roteador e pontos de internet, impressoras multifuncionais (para digitalização de documentos e fotocópias), geradores de energia, ar condicionado, projetor externo para telão, toldo, 50 cadeiras, copa e banheiro. Todas as instalações possuem acessibilidade de pessoas com deficiência.
Além de São Paulo, o ônibus deveria prestar atendimento em cidades da região metropolitana, como Barueri, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu das Artes, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Jandira, Osasco, Poá, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Taboão da Serra. A logística e o itinerário de circulação são de responsabilidade dos municípios.