São Paulo – Em greve há 15 dias, professores da rede municipal de São Paulo paralisam atividades em pelo menos 55% da rede, de forma total ou parcial, de acordo com o último levantamento do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem). A rede soma, ao todo, 3.574 unidades de ensino, entre administração da própria prefeitura ou realizada por organizações sociais.
A categoria, que tem data-base em maio, pretende barrar as reformas da Previdência, trabalhista e do ensino médio, exige melhores condições de trabalho e se posiciona contra o Regime de Previdência Complementar de São Paulo, chamado Sampaprev, que tramita na Câmara Municipal e pode impor uma série de perdas aos para os funcionários municipais.
A próxima grande mobilização da categoria será na sexta-feira 31, Dia Nacional de Mobilização de trabalhadores, quando ocorrerá uma assembleia sobre a continuidade da greve. O ato será realizado a partir das 14h30, na frente do prédio da prefeitura, região central de São Paulo. Até lá comandos de greve continuarão visitando as escolas e conversando com comunidade escolar sobre as reformas trabalhista e da Previdência.
Só neste mês os professores já realizaram cinco mobilizações na capital paulista. Na mais recente delas, na segunda-feira 27, uma comissão de representantes do sindicato foi recebida pelo secretário especial de Relações Governamentais, Milton Flávio Marques Lautenschlager; pelo secretário de Governo, Júlio Francisco Semeghini Neto; pelo secretário de Gestão, Paulo Antônio Spencer Uebel, e por uma assessora da secretaria de Educação.
O presidente do sindicato, Claudio Fonseca, lembrou que a pauta de reivindicações da categoria – que inclui questões salariais, de formação, de saúde dos professores e de condições de trabalho – foi entregue ao governo municipal em 15 de março e até agora os docentes não receberam respostas.
Os secretários declararam reconhecer a importância das reivindicações e se comprometeram a criar pelo menos cinco grupos de trabalho para discutir questões relativas à saúde do trabalhador, infraestrutura das escolas e violência nas mesas de negociação. Sobre o novo projeto para o sistema previdenciário, o secretário de Relações Governamentais assegurou que não há interesse em acelerar a votação do projeto na Câmara e que “o governo se pronunciará oficialmente, para tranquilizar os servidores”, segundo depoimento divulgado pelo sindicato.
Fonseca cobrou a valorização do piso salarial dos profissionais de educação na data-base da categoria e o secretário de Gestão afirmou que a reivindicação está sendo analisada. Ele pediu um prazo até a próxima semana para responder ao sindicato.