São Paulo – A cerimônia do Oscar, realizada no último domingo, foi permeada de críticas e protestos relacionados aos recentes casos de abusos sexuais sofridos pelas mulheres, que denunciaram importantes produtores e diretores de Hollywood.
E foi além! A vencedora do Oscar de melhor atriz, Frances McDormand, cobrou que todos sejam lutadores por uma cláusula de inclusão nos contratos, exigindo que elencos e equipes de um filme atinjam um certo nível de diversidade. “Olhem ao redor, senhoras e senhores, porque todas nós temos histórias para contar e projetos que precisam ser financiados.”
Se na indústria cinematográfica a luta das mulheres por dignidade, respeito e igualdade de oportunidades vem sendo amplificada, no mercado de trabalho não é diferente. Em diversas categorias a participação feminina nas tomadas de decisão é cada vez mais preponderante, apesar das adversidades, e isso inclui as bancárias.
“A igualdade de oportunidades é uma reivindicação da categoria. Nossa mobilização reforça-a como mais um eixo de resistência contra a reforma trabalhista e previdenciária que atingirão toda a classe trabalhadora, mas fundamentalmente aqueles segmentos que já são marginalizados e relegados aos postos de trabalho mais precários e desprotegidos”, afirma a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, a segunda mulher a liderar a entidade.
Desigualdade – A importância da luta das mulheres é gigantesca diante da conjuntura bastante desfavorável. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (o Caged, do Ministério do Trabalho) mostram que entre os bancários desligados durante o mês de janeiro, o salário médio das mulheres era 24% inferior ao dos homens. Em relação às contratações do mesmo período, a situação é ainda pior: mulheres em janeiro foram admitidas com salário médio 28% inferior aos dos homens contratados, ampliando a discrepância salarial entre os gêneros.
“Os bancos apresentam lucratividade exorbitante, mesmo em cenários econômicos adversos. Mesmo assim, seguem demitindo e promovendo essas diferenciações de gênero, com mulheres recebendo menos que os homens. Nada justifica essas discrepâncias”, critica Marta Soares, secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato.
Mobilização – Na quinta-feira 8, Dia Internacional de Luta das Mulheres, movimentos social e sindical ocuparão a Avenida Paulista para protestar por direitos, contra a reforma da Previdência e em defesa da democracia e soberania nacional. O Sindicato participará, levando às ruas as pautas das trabalhadoras do setor bancário.
A concentração será às 16h, na Praça Oswaldo Cruz, no Paraíso. Às 18h, as mulheres sairão em marcha pela Paulista. A manifestação faz parte da Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos, lançada no dia 24 de fevereiro, e que terá atividades em várias cidades até o dia 1º de maio.
MB em Debate – O programa de webtv Momento Bancário com a Presidenta terá as edições do mês de março dedicadas às mulheres. A estreia da temporada 2018 ocorreu na segunda-feira 5 com discussão sobre a importância da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para as bancárias e o avanço da pauta das mulheres no mundo do trabalho e na sociedade como um todo. Temas importantes como licença-maternidade, relações compartilhadas, além de estratégias de enfrentamento aos retrocessos impostos pelo governo Temer foram trazidos à tona.
> MB: Bancárias em defesa dos direitos e da democracia
Assista às segundas-feiras, aqui no site do Sindicato ou pelo Facebook (facebook.com/spbancarios). Você também pode participar enviando suas perguntas para [email protected].