São Paulo – O ato pelo Dia Internacional da Mulher, na quinta-feira 8, em São Paulo, na Avenida Paulista, reuniu cerca de 10 mil manifestantes, que saíram em marcha a partir da concentração, às 16h, na Praça Oswaldo Cruz, no bairro do Paraíso.
Por volta de 18h30, a marcha chegou à frente do prédio da TV Gazeta, e fez um protesto ao lado, na porta do McDonald’s.
A unidade da cadeia internacional de fast food anunciou que em “comemoração” ao dia está hoje operando com equipe 100% feminina.
“Isso chega a ser um descaramento, uma falta de respeito com as mulheres deste país”, disse a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Martins Batista. “Eles ignoram a história de luta das mulheres.”
No plano internacional, a tentativa da rede de "homenagear" o dia também foi infeliz. Com a inversão de sua marca de "cabeça" para baixo, o conhecido M virou um W. O pensamento colonizador da empresa esqueceu que somente em dois dos idiomas mais falados do mundo – espanhol (1º) e português (6ª), que somam mais de 600 milhões de falantes – mulher é com M mesmo.
“Hoje é dia de luta, de ocupação”, disse uma ativista em homenagem às ocupações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta semana. As manifestantes também reclamaram pelo direito ao aborto legal, e sobre seus corpos. “A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria”, cantaram em coro, para logo depois bradar o grito de luta “Fora Temer”.
Em seguida, o protesto seguiu para a frente do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. A Fiesp apoiou o impeachment que levou à destituição da presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2016, e abriu caminho para consolidar o golpe institucional no país, que levou Michel Temer ao Planalto. Com isso, foi instalada a agenda neoliberal de ataque aos direitos dos trabalhadores, como a "reforma" trabalhista, aprovada em novembro passado.