Em transmissão ao vivo realizada na quinta-feira 7 por meio das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro criticou a exigência de cursos de diversidade e prevenção ao assédio em edital para assistente técnico da Previ, além de afirmar que o requisito não constará nas próximas seleções.
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“É questão de educação, ninguém precisa fazer curso nesse sentido”, disse o presidente da República, que também declarou ter consultado o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, sobre a veracidade do edital. “Ele confirmou que o edital é verdadeiro, mas vigorou até 1º de março. Nos futuros editais não teremos mais essa obrigatoriedade”, continuou.
A Previ é uma entidade fechada de previdência complementar. Criada em 1904 pelos trabalhadores, hoje tem gestão compartilhada entre o empregador (Banco do Brasil) e os associados da ativa e aposentados por meio da eleição de representantes. Seu objetivo é garantir aos seus participantes benefícios complementares aos da Previdência pública, além de seguros de vida e empréstimos. As contribuições para a entidade são realizadas pelos associados e empregador, de acordo com as leis que regem o regime de previdência complementar, sendo fiscalizadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
A caixa de previdência conta com funcionários selecionados entre o quadro funcional do BB e também contratados. Na seleção para Assistente Técnico, voltada para funcionários do banco, o edital exige cursos de Ética, Diversidade e Prevenção e Combate ao Assédio Moral e Sexual. Cursos esses que fazem parte da grade formativa do Banco do Brasil, através de sua Universidade Corporativa.
"O presidente Bolsonaro criticou um edital que exige apenas que os funcionários do BB façam cursos previstos na grade formativa da empresa. Cursos sobre ética, diversidade e assédio. Assédios sexual e moral podem ser considerados crimes e geram ações trabalhistas e criminais contra os bancos. Ao afirmar que vai exigir que o BB e a Previ retirem a exigência, o presidente coloca as entidades sob risco, além de colaborar para a ocorrência de atitudes ilegais e interferir indevidamente em uma entidade de direito privado”, critica o diretor do Sindicato e bancário do BB Ernesto Izumi.
“Em vez de ficar interferindo em uma entidade de previdência complementar com gestão própria, deveria cuidar é de fazer a economia andar, pois até agora suas decisões erráticas tem feito o Brasil perder. É o que diz a mídia em geral, amparada pelos números. Qual será o próximo passo? Direcionar investimentos da Previ para grupos de seu interesse? A Previ tem corpo técnico e é referência de governança corporativa. Não aceitamos intervenção", conclui.