Em 2017 e 2018, a gestão do ex-prefeito e atual governador paulista, João Doria, e de seu sucessor, Bruno Covas, ambos do PSDB, gastou cerca de um terço de toda a verba orçada para combate a enchentes e alagamentos na cidade de São Paulo. De R$ 824 milhões destinados à realização de drenagens, só R$ 279 milhões (38%) foram gastos. Em obras e monitoramento de enchentes, estavam previstos R$ 575 milhões, mas R$ 222 milhões (35%) foram gastos. Hoje, a capital paulista registrou 601 pontos de alagamento, congestionamentos gigantescos, com interdição das pistas expressa e central da Marginal Tietê e da Avenida do Estado. A matéria é da Rede Brasil Atual.
Apenas em 2016, a gestão de Fernando Haddad (PT), gastou R$ 393 milhões. O ex-prefeito também iniciou as obras de 26 piscinões, dos quais três foram entregues, 15 estão com as obras em ritmo lento e oito estão paralisados desde que Doria e Covas assumiram a prefeitura. O investimento foi praticamente zerado na área em 2017 e 2018. A gestão tucana culpa o governo federal pela falta de repasses para conclusão das obras. Mas o gasto com recapeamento de vias foi multiplicado seis vezes entre 2017 e 2018: de R$ 44 milhões para R$ 293 milhões.
Em artigo escrito há dois meses, a urbanista Raquel Rolnik ressaltava que as enchentes em São Paulo são uma opção política. “Examinando os números da execução orçamentária da prefeitura de São Paulo fica clara não a falta de recursos, mas a decisão do que deve ser priorizado. No caso de São Paulo foram simplesmente zerados os investimentos em obras contra enchentes e uma enorme soma foi mobilizada para pavimentação de vias – aliás, concentrada em 2018. Parece então que estas – e as enchentes que virão a cada ano – não são uma fatalidade divina, mas claros produtos de opções de política urbana”, escreveu.
Além das ações e obras para combater enchentes, Doria e Covas também reduziram os gatos com a varrição de ruas, a quantidade de lixo recolhido e a capinação. A coleta de lixo foi reduzia em, aproximadamente, 15%, em 2018. Já varrição, capinação e lavagem de ruas tiveram redução de 19%. Ao mesmo tempo, as reclamações por falta de limpeza, por meio da Central 156, subiram 30%.
Na sexta-feira, Covas pediu licença da prefeitura por sete dias, "por motivos pessoais".