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Presidente do Santander avisa que abrirá agências no fim de semana

Linha fina
Sérgio Rial enviou vídeo para funcionários anunciando a pretensão; trabalho aos finais de semana é ilegal e afronta a CCT da categoria, por isso Sindicato e trabalhadores reagirão
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Foto: Seeb-SP

O presidente do Grupo Santander Brasil, Sérgio Rial, anunciou outro desrespeito aos trabalhadores do banco nesta quarta-feira 20. Em vídeo enviado aos funcionários, ele disse, de forma autoritária e unilateral, que abrirá as agências durante o fim de semana para “educação financeira” da população, desrespeitando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, pois o trabalho bancário é de segunda a sexta.

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No vídeo, ele fala ainda sobre educação financeira familiar, dizendo que usará as agências do Santander como “centros de orientação financeira”. Segundo ele, esta seria uma colaboração do banco para ajudar no crescimento do país. 

“Na verdade, a intenção e ter agência aberta para aumentar ainda mais os lucros enviados para a Espanha e o bonus dos executivos”, critica a dirigente sindical e funcionária do Santander, Maria do Carmo Lellis

O vídeo caiu como uma bomba nos locais de trabalho do Santander.

“Além da proposta ser ilegal, ela desrespeita ainda a Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários e a mesa de negociação entre os trabalhadores e a Fenaban, da qual o Santander é participante”, ressalta a dirigente.

Ela conta que a proposta não foi negociada com os trabalhadores e que é mais um desrespeito da extensa lista de ataques promovidos pela gestão brasileira do banco.

“Educação financeira é importante, e tão importante quanto é a redução dos juros, que corroem os ganhos dos brasileiros, mês após mês, esteriliza a economia do país e sem o qual, não há educação financeira que se sustenta”, lembra.

Maria do Carmo diz que, ao citar que o Brasil ainda tem 12 milhões de desempregados e 63 milhões de endividados, Rial ignora que o banco poderia estar desempenhando papel fundamental para a mudança deste cenário. 

Na Espanha e em outros países desenvolvidos o banco espanhol cobra da população menos de 10% de juros ao ano, enquanto que no Brasil os juros do de modalidades como cheque especial beiram os 400% ano.

“A imagem dos bancos perante a sociedade brasileira não é das melhores. E ninguém quer ir em banco no final de semana. Final de semana é para ficar com a família, se divertir e curtir a vida com alegria. Banco é para atender com qualidade e rapidez a população durante a semana. E para isso, Rial e sua direção têm que gerar emprego e não desemprego, contratando mais trabalhadores para as agências bancárias a fim de diminuir a pressão e a sobrecarga de trabalho e atender melhor e, principalmente, com rapidez a população”, afirma Maria do Carmo. 

“É aqui que o Santander conquista a maior parte do seu lucro mundial, mas é aqui também que ele demite e precariza as condições de trabalho. Mais do que abrir agências no fim de semana, o banco poderia cumprir seu papel social, garantir o emprego dos trabalhadores e aumentar as contratações”, finaliza a dirigente.
 

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