As famílias de vítimas do crime da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, cujos corpos ainda não foram encontrados, afirmam que não estão recebendo o pagamento acordado entre a mineradora e o Tribunal Regional do Trabalho por não conseguirem confirmar o óbito por meio de certidão. Assinado no dia 20 de fevereiro, o acordo estabelecia que Vale passe o salário dos desaparecidos para os dependentes até a confirmação da morte ou quando as buscas fossem encerradas.
"O que você tem é um descompromisso total, uma falta de respeito por nós, familiares, que perdemos as nossas joias", lamenta a professora Andreza Rodrigues em entrevista à Rede Minas. Há mais de 50 dias aguardando por notícias do seu único filho, o engenheiro Bruno, que trabalhava há mais de um ano para a Vale e desde o rompimento da barragem está entre os 101 desaparecidos, a professora, além de lidar com o luto, precisa enfrentar o entrave imposto pela burocracia.
À reportagem, a mineradora alega que precisa de uma comprovação dos dependentes emitida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para fazer os pagamentos, enquanto o INSS diz já ter enviado para o Tribunal Regional do Trabalho os únicos dados que tem com relação às vítimas que já tiveram a morte confirmada. Em nota, o órgão afirma ainda que não tem informações sobre os demais atingidos.
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