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Chapéu
Pandemia

Presidente do BB diz que vida não tem valor infinito

Linha fina
Após dizer que responsáveis por quarentenas serão cobrados por recessão econômica, Rubem Novaes disse, desta vez, que o coronavírus tem de ser "balanceado" com atividade econômica
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Foto: Agência Brasil

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a chocar com mais uma declaração insensível ante a pandemia de coronavírus (Covid-19). Em mensagem a um grupo de WhatsApp nesta quarta-feira 25, Novaes disse que a vida não tem "valor infinito" e que "muita bobagem é feita e dita, inclusive por economistas, por julgarem que a vida tem valor infinito. O vírus tem que ser balanceado com a atividade econômica".

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Na terça-feira, em entrevista ao jornal Valor Econômico, Novaes já havia dito que as quarentenas contra a propagação do vírus causarão "depressão econômica com efeitos piores que os da epidemia". 

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A declaração desastrosa do presidente do Banco do Brasil causou forte reação. A Conselheira de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do BB, Débora Fonseca, enviou uma nota de repúdio e de pedido de esclarecimentos para o Conselho de Administração do banco, criticando as declarações de Novaes e cobrando um posicionamento.

Na nota, Débora critica tanto a postura do presidente do banco quanto a do presidente Jair Bolsonaro, que tem minimizado a importância do isolamento social para o combate à doença, método que tem se mostrado eficaz em todo o mundo.

"Ainda que tenha sido indicado e não eleito como no caso de Bolsonaro, é lamentável fazer um discurso surfando sobre a vida dos milhares funcionários do Banco do Brasil, tornando-se responsável direto pela vida destes. É grave e irresponsável fazer esse tipo de afirmação, gera insegurança para todos os trabalhadores e suas famílias", escreve Débora na nota.

A conselheira lembra que, a partir desse tipo de postura, já passam a circular dentro do banco mensagens intencionando a volta dos trabalhadores, expondo-os ao risco de contrair e disseminar a doença.

"É imperativo que haja uma manifestação dos que dirigem esta empresa tranquilizando os funcionários, uma postura mais contundente do Conselho de Administração do Banco do Brasil para com esse tipo de postura que desagrega e vai na contramão do bom senso e das especificações de saude. É hora de mostrarmos grandeza e liderança neste momento difícil, mas sem deixar de olhar para futuro econômico e social em que mais uma vez o papel dos bancos públicos serão fundamentais para reerguer a sociedade brasileira", conclama. 

Propostas

Além das críticas, o documento enviado ao banco traz ainda propostas para a redução dos impactos econômicos e sociais da pandemia de coronavírus no país. Entre elas, a adicção de mais recursos para financiamentos, refinanciamentos e suspensão de pagamentos por seis meses.

Para o dirigente sindical e funcionário do BB, João Fukunaga, a atitude seria mais concreta para ajudar a economia do que as falas desencontradas e desconexas baseadas em discursos ideológicos que Bolsonaro e Novaes tem apresentado ao país.

"Esta proposta de fato irá salvaguardar as micro e pequenas empresas, os micro empreendedores individuais e milhares de emprego, além de fortalecer o crédito pessoal principalmente da população de baixa renda afetada imediatamente pelo isolamento social, financiar o poder público municipal e estadual para políticas de combate ao Covid-19, na compra de insumos de proteção e testes, como também pagamento dos que estão atuando na linha de frente ao combate são, por exemplo, atitudes que podem e devem ser acionadas pelos maiores bancos públicos do país e são melhores do que devaneios", enumera Fukunaga, citando medidas que estão no documento enviado pela Caref.

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