Alguns gestores do Santander parecem desprovidos de qualquer consciência diante da grave situação da pandemia do coronavírus. No prédio Conexão, na Barra Funda, trabalhadores em quarentena estão sendo ameaçados com a volta ao local de trabalho de origem se não cumprirem as metas estabelecidas pelos seus superiores. Há terror também nas cobranças por vendas de produtos e metas estabelecidas nas agências subordinadas ao gerente regional norte, tanto as ainda abertas quanto as fechadas pelo banco por tempo indeterminado.
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No Conexão, trabalhadores em home office têm sido intimados por e-mail, segundo denúncias feitas ao Sindicato. “Recebemos um e-mail do supervisor falando que se não atingirmos os 40 protocolos (meta para home office), teremos que ir trabalhar no Conexão. O e-mail ainda diz que o mesmo vale para ‘se a rede estiver ruim’”, relata um trabalhador do prédio que está trabalhando de casa.
Na regional norte, as cobranças são para que produtos sejam vendidos aos montes a clientes, mesmo diante da crise. As mensagens recebidas por bancários falam de “questão de salvação de nossos clientes e nosso resultado futuro”, “pegada forte para tirar da frente”, além de conter frases como “não podemos parar”, “precisamos como time cobrir as demais agências” e “socializar na equipe, principalmente quem ainda está na dispersão (o trabalhador que cobre, ao mesmo tempo, as agências abertas e fechadas)”.
Na mesma área, o gerente regional tem, inclusive, contrariado as recomendações do próprio Santander, que postergou, por exemplo, o pagamento da parcela para contratos de crédito pessoal para 60 dias.
“Diante da gravidade de uma situação de pandemia, a qual as pessoas são obrigadas a se isolar em suas casas para que protejam a sua saúde e a da população, as cobranças de alguns dos gestores do Santander são, no mínimo, desumanas, para não dizer irresponsáveis, por atentar contra a saúde dos bancários e a saúde pública”, enfatiza o dirigente sindical Gilberto Campos, o Giba, bancário do Santander.
O dirigente ainda lembra que home office não é bônus ou prêmio para quem bate meta, “mas sim dever do banco para com seus trabalhadores, no intuito de diminuir as pessoas nos locais de trabalho e reduzir o risco de contágio”. “Outra, decisão de home office não é alçada de gerente regional muito menos de supervisor, mas faz parte dos compromissos do banco e da Fenaban firmados em mesa de negociação com o Sindicato”, acrescenta.
“Neste momento onde os clientes estão também tentando contornar a crise, ninguém tem cabeça ou interesse em produto financeiro. A desfaçatez chega a tal ponto que os gestores, para que as metas sejam cumpridas, contrariam as novas orientações do banco ante o cenário de pandemia do coronavírus. Além disso, faz parte das nossas reivindicações junto à Fenaban a suspensão da cobrança por metas durante esta crise”, finaliza Giba, acrescentando que o Sindicato continuará cobrando que o banco reoriente esses gestores.
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