Em 2020, em plena pandemia, diante de uma conjuntura política adversa aos trabalhadores e especificamente aos empregados da Caixa, na qual até mesmo a PLR Social estava ameaçada, que só foi mantida pela mobilização dos bancários e pela atuação dos seus representantes em mesa de negociação, a direção do banco público, sob ordens do governo Bolsonaro, impôs um teto de três remunerações base para o pagamento da PLR no banco público.
O presidente do banco, Pedro Guimarães, cumprindo ordens do governo federal, mostra sua intenção de reduzir o reconhecimento pelo trabalho dos empregados do banco público atacando seus direitos, que foram conquistados na luta.
“Ainda não conhecemos o lucro da Caixa em 2020. Portanto, não sabemos qual o impacto da limitação de três remunerações na PLR dos empregados, sobretudo nos menores salários. Porém, de qualquer forma, já na Campanha dos Bancários 2020 - na qual nossos direitos foram atacados de muitas formas, e tivemos importantes vitórias como, por exemplo, a manutenção da PLR Social, mas por outro lado o banco impôs o teto na PLR - já estava clara a intenção do presidente do banco, Pedro Guimarães, que cumpre ordens do governo Bolsonaro, de reduzir o reconhecimento dos empregados da Caixa, cujo trabalho é fundamental para o país, que, durante a pandemia, foram responsáveis por pagar o auxílio-emergencial para milhões de brasileiros e também por construir o resultado da Caixa”, diz Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
“Se essa gestão de fato tivesse a intenção de reconhecer o trabalho dos empregados da Caixa, se as lágrimas do presidente Pedro Guimarães tivessem sido sinceras quando ele chorou em coletiva de imprensa e chamou os empregados de família, não imporia um limitador para o pagamento da PLR, ameaçando a PLR Social, para trabalhadores que atuaram na linha de frente durante toda a pandemia, dando um verdadeiro exemplo de compromisso com a população brasileira e com o país. Ao invés de valorizar esses trabalhadores, a direção da Caixa tenta limitar a PLR e cria uma nova PRX, com o Bônus Caixa”, acrescenta o dirigente.
A Caixa tem até o dia 31 de março para realizar o pagamento da PLR e PLR Social, mas o Sindicato já reivindicou a antecipação do crédito ao banco.
PLR é fruto de luta
O diretor do Sindicato lembra que a PLR para os empregados da Caixa começou a ser paga em 2004. “Foi a luta dos trabalhadores que conquistou a PLR, que começou a ser paga em 2004, e a PLR Social, em 2010. Antes de 2004, a Caixa pagava a PRX, elegível para só algumas funções e vinculada a metas. Portanto, a PLR e a PLR Social não são benefícios. São conquistas dos empregados, mobilizados em suas entidades representativas.”
“É com esse mesmo espírito de luta, tão marcante nos empregados da Caixa, que devemos aumentar a nossa mobilização para derrubar o teto de três remunerações nos próximos anos e evitar que a gestão de Pedro Guimarães traga de volta o modelo da PRX com o Bônus Caixa, uma premiação desprovida de regulamentação, não negociada com os empregados, que só faz aumentar o adoecimento dos trabalhadores. Para isso, é importante a mobilização não só na Caixa, nas campanhas nacionais da categoria, mas também na política, elegendo governos que, ao contrário do atual, não joguem contra o trabalhador”, conclui Dionísio.