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Direção da Caixa e governo atacam reconhecimento aos empregados

Linha fina
Teto de três remunerações base para pagamento da PLR mostra intenção do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sob ordens do governo Bolsonaro, de reduzir o reconhecimento aos empregados da Caixa, que tanto fizeram pelo país, principalmente na pandemia com o pagamento do auxílio-emergencial
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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em 2020, em plena pandemia, diante de uma conjuntura política adversa aos trabalhadores e especificamente aos empregados da Caixa, na qual até mesmo a PLR Social estava ameaçada, que só foi mantida pela mobilização dos bancários e pela atuação dos seus representantes em mesa de negociação, a direção do banco público, sob ordens do governo Bolsonaro, impôs um teto de três remunerações base para o pagamento da PLR no banco público.

O presidente do banco, Pedro Guimarães, cumprindo ordens do governo federal, mostra sua intenção de reduzir o reconhecimento pelo trabalho dos empregados do banco público atacando seus direitos, que foram conquistados na luta.

“Ainda não conhecemos o lucro da Caixa em 2020. Portanto, não sabemos qual o impacto da limitação de três remunerações na PLR dos empregados, sobretudo nos menores salários. Porém, de qualquer forma, já na Campanha dos Bancários 2020 - na qual nossos direitos foram atacados de muitas formas, e tivemos importantes vitórias como, por exemplo, a manutenção da PLR Social, mas por outro lado o banco impôs o teto na PLR - já estava clara a intenção do presidente do banco, Pedro Guimarães, que cumpre ordens do governo Bolsonaro, de reduzir o reconhecimento dos empregados da Caixa, cujo trabalho é fundamental para o país, que, durante a pandemia, foram responsáveis por pagar o auxílio-emergencial para milhões de brasileiros e também por construir o resultado da Caixa”, diz Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. 

“Se essa gestão de fato tivesse a intenção de reconhecer o trabalho dos empregados da Caixa, se as lágrimas do presidente Pedro Guimarães tivessem sido sinceras quando ele chorou em coletiva de imprensa e chamou os empregados de família, não imporia um limitador para o pagamento da PLR, ameaçando a PLR Social, para trabalhadores que atuaram na linha de frente durante toda a pandemia, dando um verdadeiro exemplo de compromisso com a população brasileira e com o país. Ao invés de valorizar esses trabalhadores, a direção da Caixa tenta limitar a PLR e cria uma nova PRX, com o Bônus Caixa”, acrescenta o dirigente.

A Caixa tem até o dia 31 de março para realizar o pagamento da PLR e PLR Social, mas o Sindicato já reivindicou a antecipação do crédito ao banco.

PLR é fruto de luta

O diretor do Sindicato lembra que a PLR para os empregados da Caixa começou a ser paga em 2004. “Foi a luta dos trabalhadores que conquistou a PLR, que começou a ser paga em 2004, e a PLR Social, em 2010. Antes de 2004, a Caixa pagava a PRX, elegível para só algumas funções e vinculada a metas. Portanto, a PLR e a PLR Social não são benefícios. São conquistas dos empregados, mobilizados em suas entidades representativas.”

“É com esse mesmo espírito de luta, tão marcante nos empregados da Caixa, que devemos aumentar a nossa mobilização para derrubar o teto de três remunerações nos próximos anos e evitar que a gestão de Pedro Guimarães traga de volta o modelo da PRX com o Bônus Caixa, uma premiação desprovida de regulamentação, não negociada com os empregados, que só faz aumentar o adoecimento dos trabalhadores. Para isso, é importante a mobilização não só na Caixa, nas campanhas nacionais da categoria, mas também na política, elegendo governos que, ao contrário do atual, não joguem contra o trabalhador”, conclui Dionísio.

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