Na última sexta-feira, 8 de Março, bancárias e bancários - junto ao Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região; Contraf-CUT, Fetec-CUT/SP; outras categorias; CUT, demais centrais; e movimentos sociais – ocuparam a Avenida Paulista em um grande ato do Dia Internacional das Mulheres.
Entre as bandeiras de luta levadas pelas bancárias e bancários para a Avenida Paulista destacaram-se a defesa da democracia; ratificação, pelo Brasil, das convenções 190 e 156 da OIT; combate à violência e ao assédio no trabalho; combate à violência de genêro e ao feminicídio; por mais mulheres na política; e igualdade salarial entre homens e mulheres.
Além do ato na capital paulista, foram realizadas diversas manifestações por todo o Brasil, também com a presença da categoria bancária e suas entidades representativas.
"Ocupamos as ruas, em São Paulo e em todo o país, por salário igual para igual função; direitos; contra todas as formas de violência contra a mulher; contra o machismo; por empregos dignos, sem assédio. A luta por democracia e igualdade, para todas as mulheres e para todos nós, é prioritária para bancárias e bancários”, enfatiza a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro.
Violência de gênero e feminicídios
Em 2023, o Brasil registrou novo recorde de feminicídios, desde que este tipo de crime, o homicídio cometido pelo fato de a vítima ser mulher, foi tipificado em 2017. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 1.463 feminícidios no ano passado.
“Só iremos conseguir mudar esta inaceitável realidade expondo o seu absurdo para toda a sociedade, mobilizando os mais diversos setores da luta social, e exigindo do poder público, no âmbito federal, estadual e municipal, políticas públicas de prevenção e combate à violência de gênero, em todas as suas formas”, destaca a presidenta do Sindicato.
Igualdade salarial
Segundo relatório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento médio das mulheres (R$ 2.562), registrado no último trimestre de 2023, foi 22,3% menor do que o dos homens (R$ 3.323).
No setor bancário, a remuneração média das mulheres é 21,5% inferior à dos bancários; e quando falamos da diferença entre a média salarial das bancárias pretas para a dos bancários brancos, essa diferença sobre para 40,6%.
“Tivemos avanços no governo Lula, principalmente na aprovação da lei da igualdade salarial e na luta contra a misoginia. Nossa luta se mantém firme a favor da igualdade salarial na prática, contra a desigualdade de gênero, o racismo estrutural, o machismo e a homofobia”, avalia Neiva Ribeiro.
Convenções 190 e 156 (OIT)
Outra reivindicação das trabalhadoras é a ratificação, pelo Brasil, das Convenções 190 e 156 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A Convenção 190 versa sobre o direito de todo trabalhador a um ambiente de trabalho livre de violência e assédio; enquanto a 156 trata sobre a igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores com responsabilidades familiares.
“A ratificação das convenções 190 e 56 da OIT é uma reivindicação antiga do movimento sindical. Há exatamente um ano atrás, esta pauta avançou com o envio ao Congresso, pelo presidente Lula, o pedido para as ratificações. Porém, desde então a proposta está em tramitação. É necessário que a sociedade organizada pressione os parlamentares para que a Convenção 190 seja finalmente ratificada pelo Brasil”, afirma a presidenta do Sindicato.
Outras pautas
Além do fim da violência e do feminicídio; igualdade salarial; defesa da democracia; e ratificação das convenções da OIT 156 e 190; as bancárias também reivindicaram neste 8 de Março:
• Educação sem violência de gênero;
• Combate ao assédio moral no local de trabalho;
• Garantia dos direitos reprodutivos;
• Campanha Brasil contra a misoginia;
• Fim do genocídio na Palestina;
• Economia de cuidados.
Programação do Mês da Mulher
A programação especial do Sindicato para este Mês da Mulher não se encerrou no dia 8 de março. Confira abaixo tudo que ainda vai rolar e participe.
Dia 14: 6 anos do assassinato de Marielle
Completam-se 6 anos do assassinato de Marielle Franco (vereadora pelo Psol, no Rio). Data importantíssima para a luta das mulheres e para gritar por justiça e pela punição dos responsáveis. Marielle vive!
Dia 16: Samba e Resistência com Elas
O evento Samba e Resistência com Elas será na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Centro). Começa às 10h, mas tem programação para todo o sábado:
- Roda de conversa com participação da presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro; com a ex-presidenta de entidade Ivone Silva (vice-presidenta da CUT-SP e presidenta do Instituto Lula); com a psicóloga Carolina de Moura Grando; e com a advogada Phamela Godoy, coordenadora do projeto Basta! Não irão nos calar
- Feira de artesanato com as empreendedoras da Trilha Orgânica
- Exposição de artesanato indígena da aldeia Tekoa Tapemirim/Barragem SP
- Roda de Samba com as meninas do Samba Pé de Moça
- Recreação infantil e muita diversão para as crianças
- Doações para a Campanha Bancário Solidário na porta: 1 kg de alimento.
Dia 22: Sons Democráticos
E na sexta-feira 22 a programação é no Café dos Bancários (Rua São Bento, 413, Centro, próximo ao metrô São Bento) com o evento Sons Democráticos. Começa às 19h, com apresentações musicais e muito samba. Bancárias e bancários são nossos convidados especiais, mas o evento é aberto a todos.
Dia 25: sessão solene na Alesp
Sessão em homenagem às Mulheres, das 15h às 18h. Iniciativa do deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), ex-presidente do Sindicato.
Redes sociais
E fique ligado nas nossas redes sociais (Instagram, Facebook, Twitter e Youtube), pois vamos ter conteúdos especiais durante todos o mês da mulher.
