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Categorias cobram política pública para educação

Linha fina
Conferência Livre de Educação apontou desafios e rumos e ressaltou importância do debate não só para os trabalhadores do setor, mas para todas as categorias.
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São Paulo - Representantes de 17 categorias apontaram que a construção de educação de qualidade passa pela elaboração e implantação de políticas públicas, com participação de toda a sociedade. Os trabalhadores se reuniram na sexta 19 e sábado 20, na Quadra, na 1º Conferência Livre de Educação da Classe Trabalhadora, organizada pela CUT/SP.

Foram debatidos eixos centrais que atendem ao tema O PNE na Articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular, Cooperação Federativa e Regime de Colaboração.

Douglas Izzo, vice-presidente da CUT/SP, coordenou os trabalhos da mesa A Conjuntura Nacional e os Desafios da Educação Brasileira explicando que um dos principais objetivos da conferência é organizar os sindicatos para intervir nas plenárias intermunicipais, estadual e nacional da Conferência Nacional de Educação (Conae), agendada para 17 a 21 de fevereiro de 2014, em Brasília.

Leandro de Oliveira, representando a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), abriu os debates pontuando a necessidade de se discutir a qualidade dos conteúdos curriculares, colocar o Plano Nacional de Educação (PNE) em prática e construir educação como política pública, com a participação de toda a sociedade.

Francisco das Chagas Fernandes representou o Ministério da Educação na ausência do ministro Aloizio Mercadante, internado devido a uma inflamação no abdômen. Ele também defendeu a aprovação do PNE e lembrou que o plano é debatido desde 2008 e está há mais de dois anos parado no Congresso Nacional, período no qual o país está sem plano de Estado.

Chagas demonstrou preocupação quanto ao financiamento e afirmou que é preciso aprofundar o embate, pois a destinação dos royalties do petróleo para a educação não é consenso. Defendeu, ainda, o espaço para as diversidades como um dos itens fundamentais para a qualidade social da educação, ou seja, voltada para todos e todas.

Para Roberto Franklin Leão, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a educação brasileira está “pasteurizada” e, no estado de São Paulo, a escola está restrita ao papel de ensinar a ler e a escrever, criando um aluno não questionador e sem atitude perante o mundo. Por isso, um dos maiores desafios apontados pelo dirigente é promover uma educação libertadora, “que possa gerar seres capazes de pensar livremente”,  capaz de levar à superação das desigualdades e à inclusão efetiva da população brasileira.

Leão afirma que 84% dos alunos do ensino fundamental estão nas escolas públicas, sendo urgente o aumento dos investimentos e da valorização profissional unida a uma gestão democrática nas escolas.

Símbolo - A emoção marcou o início do evento na Quadra . No palco, Carlos Ramiro de Castro, o Carlão da Apeoesp, fez uma saudação e, sempre bem humorado mesmo diante das adversidades, apontou a educação como caminho para que o Brasil se torne um país forte e desenvolvido. “A educação é de responsabilidade de todos nós, é do povo brasileiro, não só dos trabalhadores da educação”, pontuou.

“Carlão é símbolo do embate pela qualidade no ensino em São Paulo e no Brasil. Vamos seguir seu exemplo de luta e resistência”, afirmou o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, dividindo a mesa com Felipe Makungo, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Bancários de Angola.

Dando continuidade à abertura do evento, Adi criticou duramente o modelo neoliberal, de Estado mínimo, adotado pelo governo paulista, e ressaltou que os participantes da conferência têm a responsabilidade de traçar estratégias para mudar este quadro.

Para o presidente cutista, “São Paulo é exemplo do que não deve ser seguido nem no Brasil, nem em qualquer outro lugar do mundo. O governo continua tentando fazer com que o funcionalismo público se arraste de joelhos atrás de uma mesa de negociação”.


Flaviana Serafim, da CUT/SP, com edição da Redação - 22/4/2013

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