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Espírito de luta se consolida

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São Paulo - No final dos anos 1980, o Sindicato consolida sua posição de luta pelos direitos dos trabalhadores e para que o país atinja a democracia plena, por meio da realização de eleições diretas em todos os níveis.

> Página especial com a história dos 90 anos

A categoria tem embate forte para evitar perdas com os sucessivos planos econômicos colocados em prática após a derrubada do regime militar em 1985. Tanto com José Sarney quanto com Fernando Collor de Mello, esses planos tiveram como um dos pilares a imposição do arrocho salarial.

Assim, entre 1987 e 1992, a categoria realizou sucessivas greves e manifestações para evitar a corrosão dos salários. Além dos reajustes, os bancários conseguiram garantir direitos, como o tíquete-refeição. Todas essas conquistas passaram a integrar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), consolidada na campanha salarial de 1992, e persistem até os dias atuais, a exemplo da jornada de seis horas, assegurada em 1933, e o fim do trabalho aos sábados, de 1962.

A organização nacional dos bancários, iniciada a partir da retomada do Sindicato em 1979, foi ampliada com a criação da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT, hoje Contraf-CUT) e, no âmbito estadual, pela fundação da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado de São Paulo (Fetec- CUT/SP).

Cidadania – Essa coesão maior dos bancários também exerceu papel importante nas eleições presidenciais. Assim, após ter se empenhado no movimento pelas Diretas Já, as entidades sindicais assumiram posição clara no primeiro processo eleitoral para a Presidência da República e apoiaram a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva no pleito com Fernando Collor de Mello (foto abaixo). Apoiado pelos principais meios de comunicação – entre eles a Rede Globo, que realizou o último debate entre os candidatos –, Collor saiu vencedor nas urnas.

A avaliação do Sindicato, ao apoiar Lula, no entanto, mostrou-se correta logo nos primeiros dias do mandato do “caçador de marajás”, quando se deu o confisco das cadernetas de poupança, por meio da edição de pacote econômico e suas consequências para a vida dos brasileiros. Na ocasião, muitos bancários ficaram expostos e chegaram a adoecer e a se afastar por terem de enfrentar a ira dos correntistas e poupadores que, da noite para o dia, ficaram praticamente sem recursos.

Dessa forma, durante todo o mandato de Collor – pautado também por duros e sucessivos ataques aos direitos dos trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Federal –, o Sindicato manteve campanha permanente de denúncias contra a política de seu governo. Ao lado da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais, a entidade representativa dos bancários teve participação decisiva nas manifestações populares que culminaram com o impeachment de Collor (foto acima), decidido pelo Congresso Nacional em 1992.

O mandato presidencial foi concluído pelo vice, Itamar Franco, posteriormente sucedido por Fernando Henrique Cardoso, que vence Lula no segundo turno, em 1993, sacramentando o período marcado pelas políticas neoliberais no país.


Tatiana Melim - 22/4/2013

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