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90 anos - História

 

Em 16 de abril deste ano, o Sindicato completa 90 anos e alguns dos fatos mais marcantes dessas nove décadas de trajetória da entidade confundem-se com a história do país, como a luta pelo fortalecimento da democracia, por inclusão social e pela ampliação de direitos à classe trabalhadora.

Para lembrar a data, foi produizida série separada em sete capítulos, por períodos históricos. A divisão, também usada na produção de sete Folhas Bancárias Especiais, estarão neste espaço, sendo colocadas semanalmente.

Aqui, o bancário vai poder acompanhar de maneira detalhada o que de mais especial aparece na história de sua categoria. Também ficará à disposição a linha do tempo, em forma de galeria de imagens.

 


1923 a 1945

A conquista da jornada de seis horas

Essa história teve início na década de 1920. São Paulo tinha cerca de 500 mil habitantes, sendo 1.800 trabalhadores em estabelecimentos bancários, quando se abriu o debate sobre a criação de uma entidade que representasse a categoria. E assim aconteceu naquele 16 de abril de 1923. Com estatuto aprovado e primeira diretoria eleita, nascia a Associação dos Funcionários de Bancos do Estado de São Paulo, a primeira do país.

A entidade buscava se credenciar junto aos bancários e criar uma identidade própria, pois, naquele período, muitos trabalhadores entendiam-se como comerciários. Então, para criar proximidade, a atuação da Associação nos primeiros anos caracterizou-se por manter atividades instrutivas e recreativas para a categoria, desvinculadas de qualquer orientação política. Leia a íntegra do texto


1946 a 1979

Greve fortalece organização bancária

São Paulo - Esta é a segunda publicação a celebrar os 90 anos de história do Sindicato. Nesta edição, já como Folha Bancária – que começou a circular a partir de 1939, em substituição ao Vida Bancária – o período retratado mostra a consolidação da organização da categoria, em um período que se estende de 1945 até 1964. A partir desse momento, o foco é a resistência dos bancários até a retomada do Sindicato. Leia a íntegra do texto
 

Os anos de chumbo e a retomada

Com a chegada da oposição ao poder, em 1979, os bancários tornam-se agentes ativos do processo de transformação política pelo qual passaria o Brasil na década seguinte

São Paulo - Era madrugada de 31 de março de 1964 quando o golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído de João Goulart. Esse novo período, marcado pela cassação dos direitos políticos e fim das liberdades democráticas, com o impedimento da livre organização, repressão generalizada, prisões arbitrárias e intervenção nos sindicatos, obrigou os trabalhadores a se rearticularem para que direitos não fossem retirados. Esse movimento resultou na criação da oposição bancária no Sindicato.

Recessão - A política econômica do governo militar baseava-se no arrocho salarial e na recessão. Nesse contexto, foram estabelecidos acordos anuais para as categorias, impedindo a livre negociação entre patrões e empregados. Leia a íntegra do texto
 

A mulher bancária

São Paulo - “Não um combate sistemático ao homem, ao casamento, à feminilidade, mas arrastar todas as bancárias à luta consciente pelas conquistas de seus direitos políticos e econômicos, à liberdade de agir e pensar”

O trecho da coluna feminina do jornal Vida Bancária, da década de 1930, demonstra a importância das bancárias no processo de politização das mulheres pela busca de seus direitos. Ao contrário de muitas entidades, as bancárias puderam ingressar na Associação dos Funcionários de Bancos desde a sua criação, em 1923. Leia a íntegra do texto
 


1979 a 1986

Movimento sindical bancário toma conta do país

São Paulo - A partir da vitória da oposição, em março de 1979, o Sindicato toma novo rumo para organizar os trabalhadores. No esteio da Folha Bancária, que passa a ser diária, a entidade se aproxima mais dos trabalhadores com a criação de sedes regionais e dos departamentos feminino, de imprensa, de informação e análise, e de educação e cultura. Organização fundamental para a realização das greves e das lutas que se seguiriam nos próximos anos.

A nova direção, além de romper com o modelo sindical corporativo, passa a apoiar oposições bancárias em todo país, movimento que amplia a organização da categoria nacionalmente e intensifica a luta por melhores condições de trabalho, salários justos, além do combate à ditadura militar.

Com as experiências obtidas com as greves de 1978 e 1979, o movimento sindical que então despontava chega a uma conclusão: a importância da aproximação maior entre direção e base. E assim caminhará o novo sindicalismo nos anos seguintes. Leia a íntegra do texto

CUT: a nova lei dos trabalhadores

São Paulo - Era 28 de agosto de 1983, 1º Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat) no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, quando a Central Única dos Trabalhadores foi fundada. Consolidava-se, naquele momento, a necessidade de combater a estrutura sindical oficial e avançar para democratizar as relações de trabalho no Brasil, além de organizar a luta dos trabalhadores em todo país. Leia a íntegra do texto

Na luta pelas Diretas Já!

São Paulo - A luta por liberdade política e fortalecimento da democracia no Brasil tem os bancários e o Sindicato como protagonistas de alguns dos mais marcantes episódios que permitiram à sociedade poder se expressar, além de votar para presidente. Assim foi na campanha pelas Diretas Já. Mesmo sob intervenção, o Sindicato participou ativamente, desde o primeiro comício, no estádio do Pacaembu, até as organizações de comitês pró-Diretas nos bancos. Em 25 de janeiro de 1984, quando uma multidão ocupou a simbólica Praça da Sé (foto), os bancários estavam lá.


1987 a 1992

Espírito de luta se consolida

São Paulo - No final dos anos 1980, o Sindicato consolida sua posição de luta pelos direitos dos trabalhadores e para que o país atinja a democracia plena, por meio da realização de eleições diretas em todos os níveis.

A categoria tem embate forte para evitar perdas com os sucessivos planos econômicos colocados em prática após a derrubada do regime militar em 1985. Tanto com José Sarney quanto com Fernando Collor de Mello, esses planos tiveram como um dos pilares a imposição do arrocho salarial.

Assim, entre 1987 e 1992, a categoria realizou sucessivas greves e manifestações para evitar a corrosão dos salários. Além dos reajustes, os bancários conseguiram garantir direitos, como o tíquete-refeição. Todas essas conquistas passaram a integrar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), consolidada na campanha salarial de 1992, e persistem até os dias atuais, a exemplo da jornada de seis horas, assegurada em 1933, e o fim do trabalho aos sábados, de 1962. Leia a íntegra do texto

Organização em São Paulo e no país

São Paulo - Com a promulgação da Constituição, em 1988, os bancários avaliam ser o momento de romper com a estrutura sindical vigente.

Assim, em dezembro de 1989, é criada a Fetec-CUT/SP a partir da reunião dos sindicatos de São Paulo, Araraquara, Bauru, Bragança Paulista, Catanduva, Guarulhos, Jundiaí e Limeira. A entidade foi criada para fortalecer estruturas regionais e incentivar a participação e organização nos locais de trabalho. Leia a íntegra do texto

Jamais vão nos calar

São Paulo - A categoria bancária sempre sofreu ataques por lutar em prol de uma sociedade mais justa, desde a época do Estado Novo, com Getúlio Vargas, e na ditadura militar.

Mesmo após a "abertura", a Bangraf (gráfica dos bancários) foi invadida em duas ocasiões por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A primeira na disputa entre Lula e Collor, em 1989. A segunda, em 1992, quando Paulo Maluf disputou a prefeitura de São Paulo. Naquele ano, também a pedido de Maluf, o TRE suspendeu por 11 dias as transmissões do programa Rádio dos Bancários. Medida que sofreu crítica de vários segmentos da sociedade por seu caráter de censura, inclusive com passeata na região central (foto).

Nos tempos atuais, em 2006, duas edições da Revista do Brasil foram apreendidas por estampar numa capa a foto de Lula e na outra a de Dilma. No ano passado, a Folha Bancária foi recolhida ao colocar matéria sobre três candidaturas que disputavam o pleito municipal.

O Sindicato superou todos esses ataques e mantém seus veículos direcionados para a construção de uma sociedade com direitos iguais e justiça social.
 


1993 a 2002

Tempos de Privatizações de Resistência

Na década de 1990, em meio à luta para que direitos não fossem retirados, as palavras de ordem dos bancários eram “Fora FHC e FMI”

São Paulo - O período de 1993 a 2002 retrata a década em que os trabalhadores brasileiros viveram uma tragédia, cujos principais desafios eram o desemprego, a privatização, o arrocho salarial e a precarização das relações trabalhistas, com ataques aos direitos estabelecidos na legislação.

O Brasil inicia e termina a década de 1990, auge do neoliberalismo, submisso às regras do FMI. Muitos sindicatos são obrigados a negociar perdas em troca do emprego. No caso dos bancários, o alto volume de demissões e o  acelerado processo de terceirização colocaram os trabalhadores na defensiva. Leia a íntegra do texto


2003 a 2010

A unificação da categoria

Início de um novo tempo, com resgate da dignidade dos trabalhadores de bancos públicos e privados, agora juntos em uma só luta: a de toda categoria bancária

São Paulo - O momento histórico é marcado pela chegada do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, episódio fundamental para compreender o novo contexto que se abriu ao sindicalismo bancário.

A conjuntura política que se estabeleceria no país era o oposto do modelo neoliberal até então vigente. Por meio de uma série de medidas, o novo governo retomou o crescimento do país, fomentou a geração de empregos, o aumento da renda dos trabalhadores, reduziu a pobreza e a desigualdade social. Leia a íntegra do texto


2010 a 2013


90 anos de lutas e conquistas

São Paulo - De um resgate histórico que teve início na década de 1920, finalmente chegamos ao período atual para retratar os últimos três anos de lutas e conquistas do Sindicato, a partir da eleição histórica de uma mulher para a Presidência da República e também para a presidência do Sindicato.

O Brasil elegeu Dilma Rousseff, em 2010, para comandar o país e dar continuidade ao projeto político iniciado em 2002, com Luiz Inácio Lula da Silva. Era a manutenção de um governo democrático e popular, que se propunha ampliar as conquistas alcançadas até então, como o fim da miséria no país.

Nessa conjuntura, o Sindicato dava uma grande mostra do avanço na igualdade de direitos entre homens e mulheres ao conduzir à liderança da entidade Juvandia Moreira, como a primeira mulher a presidir os bancários de São Paulo, Osasco e região nos 90 anos de história. Leia a íntegra do texto