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Dengue, falta d'água e descaso com ensino em SP

Linha fina
Apesar de ser o estado mais rico da nação, São Paulo sofre com problemas nas áreas mais básicas de atuação do governo
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São Paulo - São Paulo sofre com problemas que não deveriam assolar a mais rica unidade da federação. Dentre eles, epidemia de dengue, falta de água e abandono completo da educação pública.

O estado é hoje responsável por mais da metade das insidências de dengue em todo o país. Enquanto o Brasil registra 460,5 mil casos, os paulistas contam 257.809, segundo o Ministério da Saúde (até 28 de março). O número de mortes no estado chegou a 99, quase sete vezes mais em relação ao mesmo período de 2014, quando foram 15. No país, saltaram de 102 para 132 no período.

A epidemia de dengue foi agravada por outra situação pouco compreensível para um estado do porte de São Paulo: falta d' água.

Desde meados de 2014, os paulistas veem-se às voltas com um racionamento extra-oficial. Regiões mais carentes das grandes cidades são as que mais sofrem. Os problemas com o abastecimento de água e a falta de obras no setor, negados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante toda sua campanha à reeleição, transtornam a rotina de milhões de paulistas.

Tanta “eficiência” é premiada, seja pelos bônus de meio milhão de reais pagos aos executivos da Sabesp, ou pelo aumento nas contas dos consumidores. Autorizado em quase 14% pela Arsesp (pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo), está sendo questionado pelo governo estadual e a Sabesp, que querem reajuste de 22%. Isso menos de seis meses após a última majoração realizada pela gestão de Geraldo Alckmin, de 6,49%, em dezembro último.

Professores - São mais de 3.390 classes fechadas; escolas sem manutenção e sem materiais essenciais como papel sulfite e papel higiênico; centenas de trabalhadores dispensados. A paralisação dos professores do estado de São Paulo, que já chega a 40 dias, é uma greve pela educação, um movimento por reivindicações mais amplas do que a aplicação da chamada meta 17, do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a equiparação do salário dos professores com os de outros profissionais com nível superior – reajuste de 75,33%, tamanha a defasagem.

O governo estadual cortou verbas e agora está sendo vítima de sua própria armadilha. Tudo, porém, é questão de prioridade. Cabe ao governador defini-las”, afirmou a presidenta do sindicato da categoria (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, em nota divulgada na quarta-feira 22. A entidade calcula a adesão à greve em 70%.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem dito que a categoria teve 45% de reajuste, contra uma inflação de 24% nos últimos quatro anos. Bebel corrige a conta: o reajuste teria sido de 26%. “Nos 45%, Alckmin inclui gratificações incorporadas, que não devem entrar na conta”, diz.

Haverá uma nova assembleia na sexta-feira 24 e a presidenta da Apeoesp vê com ceticismo a reunião agendada com o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, para a quinta 23. “Se ele rebater que não deve nada, que a categoria não tem defasagem salarial, vamos continuar a greve. O movimento tem fôlego e tem muito o que enfrentar”, afirma Bebel, ressaltando que os rumos da paralisação são deliberados de forma aberta e transparente em assembleias que reúnem dezenas de milhares de professores à luz do dia, precedidas de assembleias regionais em todas as regiões do estado. “Não temos o que esconder. Não nos guiam interesses partidários e sim a luta incessante e permanente por uma escola pública de qualidade para todos e todas, com valorização dos profissionais da educação. Não nos intimidaremos. Nossa luta continua."


Redação - 23/4/2015

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