Pular para o conteúdo principal

Descomemoração da Rede Globo

Linha fina
Sindicato apoia ato que cobra democratização da comunicação em empresa emblemática pelo apoio à ditadura e pela cobertura contrária aos direitos dos trabalhadores
Imagem Destaque

São Paulo - Para os trabalhadores, não há nada a comemorar nos 50 anos da Rede Globo. Pelo contrário, a data, 26 de abril, é uma oportunidade de cobrar a democratização dos meios de comunicação e relembrar o papel emblemático que a emissora teve em momentos cruciais da sociedade brasileira, mas tenta esconder: como o apoio ao golpe e à ditadura militar brasileira, a fraude constitucional para construção de um dos maiores monopólios de comunicação do mundo e parcialidade e a manipulação da informação, notadamente quando se trata dos direitos dos trabalhadores.

Os “debates” da emissora sobre o projeto de lei 4330/2004 são um exemplo. “Buscam apresentar o tema naquele formato insípido da emissora, mas abusam da edição que criminaliza os trabalhadores e dá razão aos defensores incólumes desse tipo de subcontratação”, afirma a secretária de Imprensa do Sindicato, Marta Soares. O PL foi aprovado na Câmara dos Deputados na quarta 22 e autoriza a terceirização para todas as atividades das empresas.

> Câmara dos Deputados rasga a CLT

Por isso no domingo 26, haverá um grande ato, a partir das 15h, na Praça General Gentil Falcão (ao lado da estação Berrini da CPTM, na zona sul da capital). O protesto compõe a Jornada de Luta da Juventude e é uma das principais ações dos movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação.

Coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, critica o poderio do maior grupo de comunicação do país que faz com que seus problemas acabem blindados pelos demais veículos. “Um exemplo é o fato (praticamente não noticiado) de estar sendo investigada por sonegar impostos à Receita Federal.”

A secretária de Imprensa da CUT São Paulo, Adriana Oliveira Magalhães, ressalta a importância da regulação da mídia, uma realidade nos EUA e em países na América Latina e na Europa. “Não queremos censura, lutamos pela democracia e ela passa por regular os meios para que tenham responsabilidade e deveres a cumprir, já que o direito à comunicação é um bem público.”

Descomemoração – O manifesto 50 anos da TV Globo: vamos descomemorar já conta com a adesão de 50 entidades que afirmam em conjunto: “a emissora nunca escondeu o seu ódio ao sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos sem-teto. Através da sua programação, não é nada raro ver a naturalização e o reforço ao ódio e ao preconceito”. Clique aqui para ler na íntegra.

Nas redes sociais, os internautas também podem garantir a presença no ato do dia 26, em São Paulo, acessando a página oficial da manifestação.


Redação com informações da CUT-SP - 23/4/2015

seja socio