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"Professores tem fôlego e muito o que enfrentar"

Linha fina
Segundo presidente do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, governo de São Paulo continua sem oferecer nenhuma contraproposta à categoria, em greve há 39 dias
Imagem Destaque
São Paulo – A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, vê com ceticismo a possibilidade de uma posição “maleável” do secretário de Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Herman Voorwald, na reunião agendada para quinta-feira 23 com a diretoria da entidade.

Durante a reunião, os professores vão se concentrar em frente à sede da secretaria, na Praça da República, onde realizarão o “envelopamento” do prédio com os holerites. Eles reivindicam aumento salarial de 75,33%

> Professores vão 'envelopar' secretaria

“Esperar a gente espera (uma postura mais flexível do governo), mas seria bom que já existisse negociação. Acontece que até agora eles não têm contraproposta nenhuma. A menos que mudem da água para o vinho”, diz. Bebel

Segundo a sindicalista, não há perspectivas que indiquem a reunião com o secretário como decisiva, diante da insistência do governo em negar as reivindicações. “Se ele rebater que não deve nada, que a categoria não tem defasagem salarial, vamos continuar a greve. O movimento tem fôlego e tem muito o que enfrentar”, afirma Bebel.

A Apeoesp calcula a adesão à greve em 70%, enquanto a secretaria diz que o índice de comparecimento dos professores em salas de aula foi de 93% durante a semana que começou na segunda 13.

Bebel destaca também que a greve da categoria, que completa 39 dias nesta quarta-feira 22, é um movimento por reivindicações mais amplas do que a aplicação da chamada meta 17, do Plano Nacional de Educação (PNE), onde está prevista a equiparação do salário dos professores com os de outros profissionais com nível superior. Para isso, a Apeoesp calcula que o índice deve ser de 75,33%. "Esse é o ponto de partida. Existe também a superlotação e as condições de trabalho", diz.

Alckmin tem dito que a categoria teve 45% de reajuste, contra uma inflação de 24%, nos últimos quatro anos. A sindicalista corrige a conta do governador. Segundo ela, o reajuste na verdade foi de 26%. "Nos 45%, Alckmin inclui gratificações incorporadas, que não devem entrar na conta", diz.

Antes do encontro com o secretário do governo, a categoria terá uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir as reivindicações, às 14h desta quarta, no Plenário Juscelino Kubitschek.

Nova assembleia dos professores estaduais de São Paulo está marcada para sexta-feira 24, às 14h, no vão livre do Masp. De acordo com a Apeoesp, a assembleia da sexta 17 teve a participação de 60 mil professores, que aprovaram o calendário de mobilizações.

Calendário de mobilizações
Quarta-feira (22)
Caravana a Brasília para atos contra o PL 4.330
Manhã – reuniões dos comandos de greve regionais
Tarde – Audiência publica no plenário Juscelino Kubitschek, Alesp
Quinta-feira (23)
7h – fechamento das principais rodovias estratégicas no estado
11h – vigília na Praça da República, durante a reunião da Apeoesp com o secretário da Educação
Tarde – assembleias regionais
Sexta-feira (24)
Assembleia estadual, às 14h, no vão livre do Masp (avenida Paulista)


Eduardo Maretti, Rede Brasil Atual, com edição da Redação - 22/4/2015
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