São Paulo – O número de pessoas que viviam na extrema pobreza saltou de 13,34 milhões em 2016 para 14,84 milhões no ano passado, aumento de 11,2%. É o que mostra uma análise da LCA Consultores sobre a pesquisa Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A crise econômica, o desemprego e a reforma trabalhista que precarizou as relações de emprego, diminuindo a formalização e aumentando a informalidade, são as causas do aumento da extrema pobreza, segundo a consultoria.
Em 2016, o total da população brasileira que vivia na miséria era de 6,5%. Este índice subiu para 7,2%, no ano passado.
A pesquisa mostra que o número de pessoas que tiveram renda de trabalho em 2017 foi 310 mil menor do que em 2016, recuo de 1,36%.
A renda dos brasileiros mais pobres caiu em todo o país, em especial na Região Nordeste, onde estão concentrados 55% dos brasileiros mais pobres. Só em 2017, cerca de 800 mil nordestinos passaram a viver na pobreza extrema – no total, 8,1 milhões estão na miséria, principalmente nos estados da Bahia e de Pernambuco.
No Sudeste não foi diferente. O índice de extrema pobreza na região cresceu 13,8% – já são quase 4 milhões de pessoas na miséria. A crise econômica atingiu, principalmente, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que viram sua população empobrecer ainda mais do que as de Minas Gerais e Espírito Santo.
Concentração de renda
A parte mais pobre da população brasileira viveu no ano passado com R$ 40 por mês. Em 2016, o valor era de R$ 49, uma perda de 18% nos rendimentos.
Já a parcela 1% mais rica da população vive com ganhos acima de R$ 15 mil mensais e perdeu menos (2,3%).
A minoria super-rica, formada por apenas 10% dos brasileiros, concentra 43,3% da renda total do país, enquanto os 10% mais pobres sobraram apenas 0,7% da renda total.
Como é feito o cálculo
O cálculo da pobreza extrema considera todas as fontes de renda – trabalho, previdência, pensão, programas sociais, aluguéis e outras fontes.
A Consultoria LCA levou em consideração a linha de corte do Banco Mundial para países, como os da América Latina, de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia, o equivalente a R$ 133,72 mensais em 2016, e atualizada para R$ 136 em 2017.