São Paulo – Com o intuito de denunciar a rasteira que o governo Temer dará nos trabalhadores, o Sindicato fez, por meio da Secretaria de Saúde, protestos em frente aos postos do INSS das zonas sul e oeste de São Paulo.
O protesto foi na terça-feira 17, um dia após o governo anunciar que o saldo de 12 meses de revisão é 422 mil benefícios sociais cancelados. Nessa leva, 228 mil são de auxílios-doença, 151 mil de Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e 43 mil de aposentadorias por invalidez.
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“Temos que tornar público o que significa essa revisão de benefícios e quem serão os mais prejudicados com esse corte. Ao invés de cobrar dos grandes devedores, o governo, com a desculpa de ‘acabar com os privilégios’ está tirando o direito de se afastarem ou de se aposentarem por invalidez, daqueles que mais necessitam. E é com esse apelo que vamos para as ruas denunciar mais um golpe que esse governo ilegítimo está dando na população”, diz Carlos Damarindo, secretário de Saúde do Sindicato dizendo que esse foi o primeiro de uma série de protestos que ocorrerão na cidade de São Paulo.
Sindicato realizou hoje ato no INSS, por perícia justas para os trabalhadores e cobrança dos grandes devedores da Previdência! pic.twitter.com/XfNajxKh5Y
— Sindicato dos Bancários de SP, Osasco e Região (@spbancarios) 17 de abril de 2018
Segundo noticiou a Agência Brasil, diversos benefícios de programas sociais serão revisados pelo governo federal até o final do ano, para verificar se os beneficiários ainda cumprem os requisitos apresentados no momento da concessão do auxílio.
Para Damarindo, a questão em jogo é que estão cessando o benefício de forma violenta, sem que o trabalhador tenha a mínima chance de questionar o resultado dessas perícias. “Conforme estamos denunciando, a retirada desse benefício está sendo orientada pelo governo para ser desse jeito. Os peritos já são alinhados com o pensamento do governo, sem dar uma brecha para o trabalhador”.
O objetivo do governo, ainda segundo a Agência Brasil é revisar 1,8 milhão de benefícios, entre auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Após o pente fino, a expectativa de Temer é cancelar 1,1 milhão de benefícios mensais.
“Esse corte na verdade significa um prejuízo para essas pessoas. Ao serem afetadas, mesmo sem condições nenhuma, elas terão de trabalhar. Muitas delas dependem exclusivamente dessa renda para comprar remédio, pagar aluguel e suprir as necessidades básicas de alimentação. Não tendo mais esse benefício, o que será dessas pessoas?”, indaga o dirigente.
O que vai acontecer com o auxílio-doença
No caso do auxílio-doença, os beneficiários foram convocados para novas perícias. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, na primeira fase, entre 2016 e fevereiro de 2018, foram realizadas 252 mil revisões de um universo de 553 mil previstas. Destas, 228 mil foram canceladas, seja por indicação da perícia ou por não comparecimento, um índice de cerca de 82%.
Prestação Continuada
O Benefício de Prestação Continuada é oferecido a 4,4 milhões de beneficiários de baixa renda, sendo 2,4 milhões de idosos e 2 milhões de pessoas com deficiência. O governo vai cancelar 151 mil benefícios.
“Vamos continuar repudiando e protestando nas ruas e nas agências do INSS contra esse absurdo e mostrando para toda sociedade o calvário que é passar por perícias onde peritos ganham R$ 60 como meta para cessar benefícios de quem mais precisa. Observamos nas atividades que muitos são tratados com desprezo e saem desinformados. Alertamos a população trabalhadora para se mobilizar. Não dá para aceitar passivamente esse absurdo. O INSS tem que estar a serviço do povo e não dos empresários como está sendo feito”, finaliza Damarindo.