A maioria dos brasileiros acredita que o progresso do país está diretamente ligado à redução da desigualdade econômica entre ricos e pobres. A conclusão é da pesquisa da Oxfam Brasil que buscou identificar a percepção dos brasileiros sobre questões raciais, de gênero e classe. O estudo também mostra que a população é a favor do aumento de impostos para a elite e contra a redução do Estado. A pesquisa foi divulgada na segunda-feira 8.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Entre outros dados avaliados, a pesquisa mostra que 77% dos brasileiros defendem um aumento de impostos dos ricos para custear políticas sociais, que 70% acreditam que o racismo interfere na contratação de um trabalhador e 64% acham que as mulheres ganham menos por serem mulheres. A ONG também apresenta outra dado importante: 84% dos brasileiros rejeitam o Estado mínimo defendido pelo liberalismo.
"A gente quis testar a redução da distância entre os muito ricos e os muito pobres. Isso tem grande apoio social", explicou Rafael Georges, coordenador de campanha da Oxfam Brasil.
A pesquisa também aponta que a população considera que é hora de os setores mais privilegiados da sociedade tenham mais responsabilidade com o desenvolvimento – portanto, com a redução da desigualdade – do país "O brasileiro quer um Estado que trabalhe a questão da tributação e que possa arrecadar mais impostos daqueles que ganham mais, para distribuir àqueles que têm menos", disse a diretora executiva da Oxfam, Katia Maia.
A meritocracia também é rejeitada pelo povo, segundo a entidade. A pesquisa mostra que 58% não acreditam que dependem apenas de si mesmos para se darem bem na vida. "Não existe unanimidade sobre mérito ser capaz de provocar a mobilidade social, ou seja, discordam de que uma pessoa pobre que trabalha muito tem as mesmas chances de um rico que trabalha muito", afirmou Rafael.
Levando em consideração o resultado da pesquisa, a Oxfam faz algumas recomendações, como revogar o teto de gastos, reverter as perdas causadas pela reforma trabalhista e fazer uma reforma previdenciária que realmente ataque os privilégios de alguns setores da sociedade.
A ONG também aponta que são necessárias políticas públicas e iniciativas privadas que combatam com veemência o racismo institucional e promovam a igualdade de gênero.
Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT