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Chapéu
Por direitos

Professores da Metodista vão entrar em greve se não receberem salários

Linha fina
Universidade vem atrasando o pagamento de salários e benefícios, como o Vale Refeição, e não vem depositando o FGTS desde 2015. Alunos estão apoiando mobilização dos professores, que estão em estado de greve
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Foto: ISRAEL BARBOSA/SINPRO-ABC

Professores da Universidade Metodista em São Bernardo do Campo vão deflagrar greve caso a instituição não pague até a próxima segunda-feira 8, os salários de fevereiro e março.  

A reportagem é a CUT.

A Metodista está atrasando em até 30 dias o pagamento de salários dos professores e funcionários e desde julho de 2015 não está depositando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas contas individuais dos trabalhadores. 

Os professores marcaram uma nova assembleia para sábado 6, às 9h, na sede do Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul (Sinpro-ABC). Eles vão decidir os próximos passos da luta. A única certeza é a de que se não receberem até segunda cruzam os braços.  

Além dos salários, os educadores, que estão em estado de greve desde o último dia 24, reivindicam pagamentos de décimo terceiro salário, férias, vale-alimentação e vale-transporte que também não estão sendo pagos. O drama afeta os funcionários das três unidades da Metodista de São Bernardo do Campo – Rudge Ramos, Planalto e Vergueiro.

 A Metodista tem depositado os salários dos docentes com um mês de atraso. O salário de fevereiro que era para ser pago até o 5º dia útil de março não foi pago na data e a instituição enviou um comunicado que irá pagar até o dia 8 de abril.

“Porém, o salário de março, que deveria ser pago até o 5º dia útil de abril será pago no dia ou também vão atrasar?”, questionou o presidente do Sinpro-ABC , José Maggio, o JJ.

“Agora eles terão que pagar os dois salários até o dia 8 de abril, senão os professores e professoras da Metodista já decidiram: é  greve!”, afirmou JJ.

Diálogo negado

O presidente do Sinpro-ABC disse que já tentaram o diálogo de todas as formas, mas a Metodista não dá nenhuma resposta.

“Eles alegam nos comunicados que o problema é no fluxo de caixa da Metodista, mas uma rede de universidades deste potencial e que não reclama de inadimplência, como é que pode ter problemas no caixa?”, questionou JJ.

Cristiane Gandolfi, professora do curso de pedagogia desde 2005, disse que decidir por uma greve não é simples, mas a categoria não vê outra alternativa. "Paralisar não é fácil, a greve é uma grande luta que podemos ganhar ou perder, mas a gente tentou conversar e muito e agora chegou o momento de mostrar a cara, não temos outra saída", diz.

“Nós da Metodista estamos no dilema que não temos clareza se esta conjuntura econômica é institucional para tentar se reorganizar ou se essa é uma nova forma de trabalhar com os profissionais do ensino superior”, lamentou a professora.

“Tomara que eles nos paguem e que a gente consiga reconstruir uma relação positiva no campo dos direitos trabalhistas, que tem sido bastante desrespeitado pela rede Metodista”, concluiu a professora de pedagogia. 

Papel do sindicato

Durante a assembleia realizada na terça-feira 2, na porta do campus Rudge Ramos, que decidiu pela greve, a diretoria do Sinpro-ABC distribuiu uma carta aberta à população e a comunidade acadêmica em que denuncia os constantes atrasos de pagamento de salários e do depósito FGTS.

"A Metodista também vem dificultando a gente entrar no campus, mas a gente tem feito assembleias e protestos na chuva e no frio mesmo", diz JJ.

Solidariedade

Manifestações de alunos também estão acontecendo dentro do campus do Rudge em São Bernardo. Para Cristiane Gandolfi, a solidariedade dos alunos tem sido muito importante e também um aprendizado para os próprios estudantes.

“A gente sabe que o mundo do trabalho está mudando, para pior, e as relações estão sendo cada vez mais precarizadas e o momento é de cidadania. Os alunos estão percebendo que é preciso lutar para defender seus interesses de classe e construir um coletivo. É uma vivencia muito rica, uma aula no plano de formação de um povo na luta pelos direitos”, afirmou.

Funcionários também estão com salários e benefícios atrasados

De acordo com o presidente do Sinpro-ABC, os funcionários também estão se mobilizando porque não estão recebendo os salários e benefícios em dia. 

A situação de crise não atinge apenas os campus de São Bernardo. Os docentes das unidades no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais também estão passando por dificuldades para receber direitos. No campus mineiro, estudantes e professores da mesma rede também protestaram na terça 2, contra o sucateamento do ensino e o atraso dos salários.

 

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