Os metroviários de São Paulo decidiram adiar a greve marcada para esta terça-feira 30. Assembleia realizada na sede do sindicato da categoria, na zona leste da capital, aprovou a manutenção do estado de greve e indicou uma nova data de paralisação – 7 de maio, com assembleia marcada para a véspera, às 18h30. A matéria é da Rede Brasil Atual.
Os trabalhadores aceitaram pedido do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que também determinou ao governo de João Doria (PSDB) que pare de assediar os metroviários e de tentar limitar a atuação do sindicato e o uso de materiais e adereços da campanha salarial.
Audiência de conciliação entre o Sindicato dos Metroviários e a Companhia do Metropolitano (Metrô), na tarde desta segunda-feira 29, terminou sem acordo. Mas o vice-presidente judicial do TRT-2, desembargador Rafael Pugliese Ribeiro, determinou que a companhia pague reajuste com base no IPC-Fipe, fixando multa de R$ 300 mil por dia em caso de descumprimento.
A categoria tem data-base em 1º de maio. A representação da empresa não levou proposta à audiência e insiste em não oferecer reajuste.
O juiz determinou ainda que a empresa se abstenha de punir funcionários por uso de coletes e adesivos relativos à greve. A companhia já aplicou sanções administrativas a mais de 80 funcionários, alegando que as ações da campanha salarial da categoria são "políticas" e não de ordem trabalhista.
Por outro lado, Ribeiro estabeleceu um efetivo mínimo em caso de greve: 70% nos horários de pico (das 7h às 9h e das 17h às 19h) e 50% nos demais. E fixou multa de R$ 200 mil em caso de descumprimento.
O Metrô havia entrado com dissídio coletivo pedindo liminar para garantir 100% dos serviços nos horários de picos – ou seja, inviabilizando a greve – e 80% nos demais, além de multa diária de R$ 500 mil. A empresa queria ainda que o TRT declarasse a paralisação abusiva, com desconto dos eventuais dias parados.
O coordenador do sindicato Vagner Fajardo disse que espera uma mudança de postura do Metrô. Do contrário, a greve será inevitável. "A intransigência do Metrô tem sido absurda. Não querem negociar nenhum item da pauta. Esperamos que na próxima reunião de negociação a empresa apresente alguma proposta realista", afirmou.